Porque o vereador Mário Frota (PSDB) quer ser Presidente da Câmara de Vereadores de Manaus (CMM), em substituição ao também vereador Bôsco Saraiva? Essa é uma pergunta que vem criando volume nos corredores da Casa legislativa, desde que o TRE divulgou o resultado das urnas, no primeiro turno das eleições no Amazonas.
Mário foi ao Sírio de Nazaré essa semana, em Belém Pará e, se emocionou. De lá, disse para a nossa reportagem que tem uma conversa agendada com o prefeito Arthur Neto e um almoço regado a Tucunaré com os vereadores da base de apoio ao prefeito. Na reunião e almoço, ele vai falar da sua decisão irredutível de ser candidato a presidente da CMM.
O vereador entende que a sua vivência política de 40 anos é um contribuinte para a sua escolha. Na sua jornada política foi três vezes deputado federal, duas vezes deputado estadual, uma vez vice-prefeito e três vezes vereador de Manaus, motivos que o credenciam para o cargo de Presidente e, também, como herdeiro natural da presidência da CMM.
Por outro lado, existe a ligação umbilical entre Mário Frota e Arthur Neto no meio dessas intenções. A trajetória política de Frota está vinculada à do prefeito, desde 1978, quando os dois foram candidatos a deputado federal pelo então PMDB. Mário estava concorrendo à reeleição. Em 1982, os dois foram novamente candidatos e reeleitos pelo PMDB à Câmara Federal.
Em 1985, Mário, Arthur junto com Beth Azize e Félix Valois, decidiram migrar para o PSB. Em 1986, Arthur se lança candidato ao governo do Amazonas, com Mário para o Senado. Os dois foram derrotados pelo grupo de Gilberto Mestrinho, com Amazonino Mendes e Carlos Alberto Di’Carli sendo eleitos pela primeira vez, respectivamente.
Em 1988, Arthur foi eleito prefeito de Manaus, com Mario sendo o mais bem votado do pleito para vereador. A sua votação foi tão expressiva, que levou para a CMM os então novatos Jefferson Peres, Vanessa Grazziotin, João Pedro e Serafim Corrêa. Foi nessa eleição que os posteriormente famosos, entraram no cenário político do Estado.
Em 1990, Mário Frota resolve sair candidato ao governo do estado com o apoio do então candidato á presidência Collor de Melo. Não venceu, mesmo com Arthur na prefeitura. Em 1994, Arthur sai da prefeitura para se eleger deputado federal, com Mário optando por ficar de “férias” para se dedicar à sua profissão de advogado.
Mário voltou a ser eleito em 1998, como deputado estadual, se reelegendo em 2002 e em 2004 tornou-se vice-prefeito, na administração de Serafim Corrêa. Na mesma jornada, se elegeu vereador em 2008 com reeleição em 2012.
De acordo com um de seus principais assessores, Paulo Onofre, a longa estrada percorrida por Mário Frota, que já cogitou a sua aposentadoria precoce, o credencia ocupar o cargo de presidente da CMM. Ele não vê nada que possa impedir o apoio do prefeito a um de seus maiores escudeiros, ao longo dos 40 anos, mesmo sabendo que existem outros concorrentes de peso.
