As surpresas não param de acontecer na Libertadores. A edição deste ano já se tornou a que teve o pior desempenho dos brasileiros, que ficaram fora das semifinais após 23 anos. Os quatro melhores são equipes que nunca alcançaram a final – sendo três deles estreantes nas semis. Agora, a decisão, pela primeira vez, será formada pelos dois piores segundos colocados da primeira fase.
O Nacional-PAR se classificou para as oitavas de final com a pior campanha entre os que terminaram em segundo lugar na fase de grupos. Os paraguaios estavam no Grupo 4, que contava com o Atlético-MG, e fizeram oito pontos. No Grupo 2, o San Lorenzo teve a mesma pontuação, mas melhor saldo de gols. Com tais desempenhos, os dois foram os piores entre os 16 que avançaram para as oitavas de final.
No mata-mata, o San Lorenzo se tornou o algoz dos brasileiros, ao eliminar o Grêmio (na disputa por pênaltis, após vencer e perder por 1 a 0) e o Cruzeiro (ganhando por 1 a 0 e empatando no Mineirão por 1 a 1). Na semifinal, goleou o Bolívar por 5 a 0 e foi derrotado por 1 a 0 na altitude de La Paz. O Nacional fez sempre a partida de ida em casa, levando a melhor, e segurou a vantagem fora. Foi assim diante dos argentinos Vélez Sarsfield (1 a 0 e 2 a 2) e Arsenal de Sarandí (1 a 0 e 0 a 0). E repetiu a dose contra o Defensor na semi, fazendo 2 a 0 no Paraguai e perdendo por 1 a 0 no Uruguai.
O atual formato do mata-mata da Libertadores, em que o melhor primeiro colocado encara o pior segundo colocado (e o segundo melhor entre os primeiros encara o segundo pior entre os segundos, e assim por diante), foi implantado em 2005. Apenas em 2011 a final também foi formada por duas equipes que ficaram na segunda posição de seus grupos. O campeão Santos ficou atrás do Cerro Porteño em sua chave, e o Peñarol teve a LDU à sua frente na primeira fase. Entretanto, o Peixe foi o melhor entre os oito segundos daquele ano, e o Carbonero era o sexto.
A Libertadores adotou em 2000 o formato de oito grupos com quatro integrantes cada (trocando-o em 2004 por nove grupos de quatro). O Nacional-PAR tornou-se o primeiro time nesse período a chegar à final após ter a pior campanha entre os 16 finalistas. Por outro lado, apenas duas vezes os melhores da fase de grupos chegaram à decisão: o Fluminense, em 2008 (derrotado pela LDU), e Atlético-MG, no ano passado (sendo campeão diante do Olimpia).(G1)