O Dia Mundial da Reciclagem

George Dantas
George Dantas
George Dantas

No sábado (17),  foi comemorado o Dia Mundial da Reciclagem, uma data que deveria significar muito para toda a sociedade moderna que busca um estilo de vida sustentável, porém, o que vimos é uma omissão completa, seja do poder público constituído e de parte da sociedade. Mais do que nunca, devemos praticar a política dos 3R´s, adotando o conceito em nossas vidas que leve em conta Reduzir (o consumo), Reuso (praticas sustentáveis) e Reciclar (destinação correta dos resíduos), adicional a isso, temos que Repensar nossas atitudes diárias em relação ao nosso impacto no meio ambiente.

A produção diária de lixo doméstico não para de crescer no mundo, atualmente,  o mundo todo gera diariamente cerca de 1,4 bilhão de toneladas e estimativas indicam que esse número deve atingir 2,2 bilhões de toneladas até o ano de 2025 de acordo com dados apresentados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).


No Brasil, dados disponíveis indicam a produção de cerca 240 mil toneladas de lixo diariamente, desse total, cerca de 88% do lixo doméstico são encaminhados para os lixões e aterros sanitários, cujo subproduto desse lixo é a geração do chorume e gás metano, ambos altamente danosos ao meio ambiente.

Embora o Brasil, tenha um dos maiores índices de reciclagem para alguns materiais, como o alumínio e plástico pet, em outros segmentos não estão numa posição de destaque.

O Brasil tem um dos mais baixos índices de coleta seletiva do mundo, onde apenas 2% dos resíduos sólidos são reciclados,  impactando fortemente os aterros sanitários/controlados que recebem resíduos que podem ser aproveitados pelas industrias  caso pudessem ser coletados adequadamente.

A ação dos catadores de resíduos é fundamental para que se possa aumentar o índice de reciclagem no Brasil. A Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010 que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a inclusão dos catadores para auxiliar na execução da logística reversa através de parcerias com o poder público.

O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCMR) estimam a existência de mais de um milhão de catadores no Brasil, os quais trabalham na coleta, triagem e comercialização dos recicláveis, embora façam seu trabalho em condições precárias e expostos a vários riscos ligados a saúde.

Em Manaus, dados disponíveis da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), indicam a produção diária de lixo em cerca de 2.100 toneladas todos os dias, sendo que, desse total, 50 toneladas são originadas do recolhimento feito nos igarapés de Manaus através das balsas e mergulhadores da Prefeitura.

Com um Polo Industrial forte em Manaus gerando grandes quantidades de resíduos sólidos, cerca de 180 toneladas são recolhidas mensalmente com destino específico para a reciclagem, nessa categoria, apenas papel/papelão e plásticos tem um grande alcance para reciclagem.

Atualmente, operam em Manaus duas grandes recicladoras, uma delas trabalhando no segmento de aparas de papel/papelão e outra no segmento plástico.

Paralelo a isso, a Prefeitura de Manaus tem um programa de coleta seletiva que abrange ao menos onze bairros na capital. Adicionalmente, existem cinco pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis, neste processo, trabalham em parceria com cinco cooperativas e três associações que fazem a coleta e triagem de materiais recicláveis.

Para impulsionar o processo de coleta seletiva, a Semulsp está em processo de contratação das associações e cooperativas, para realizar esse serviço de coleta seletiva no município, conforme prevê o art. 57, da Lei nº 11.445/07.

Para que o nosso planeta não se torne um grande lixão, é imprescindível que a sociedade e o poder público de se empenhem em incrementar a sistemática de coleta seletiva, auxiliando os processos de logística reversa em busca da transformação em uma sociedade sustentável e eco- responsável, gerenciando adequadamente seus resíduos sem impactar negativamente nosso planeta.

Parabéns aos catadores de materiais recicláveis que fazem seu trabalho a margem da sociedade e mesmo assim, contribuem para um mundo melhor e mais sustentável.

 

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