O pré-candidato à presidência da república, Aécio Neves (PSDB) pode ter o maior palanque da Região Norte, caso o Partido dos Trabalhadores (PT) resolva compor com o PMDB de Eduardo Braga, no próximo sábado (17), em decisão a ser tomada no Encontro dos Delegados do partido, no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.
Os 300 delegados do PT podem aceitar de olhos fechados o anunciado “projeto nacional” de reeleição da presidenta Dilma e deixar o caminho livre para o PSDB compor com o PROS do governador José Melo. O PSDB do amazonas está esperando o dia 17 de Maio chegar torcendo por mais um deslize dos petistas do Amazonas. Aí o caminho fica livre para o partido de oposição ao Governo Federal assumir a vaga de candidato a vice-governador na chapa do PROS, no lugar do PT, e fazer o do Amazonas a “janela que faltava” para o PSDB dominar a região norte do País.
Os petistas do Estado do Pará cometeram esse desatino. Os de Roraima, nunca conseguiram suplantar o adversário. Os do Amazonas estão prestes a criar essa oportunidade. Tanto o governador José Melo quanto o pré-candidato ao Senado, Omar Aziz (PSD) já anunciaram a intenção de compor com o PT. Ofereceram a Vice na chapa de Melo e a suplência de Senado e, ainda esperam uma decisão favorável dos delegados PT à proposta de composição na chapa do PROS.
A costura, no entanto, hora está nas mãos da direção nacional, hora nas mãos da direção regional do PT no Amazonas. Nos dois cenários, fica a dúvida: o PT vai abrir mais espaço para o PSDB no Estado? A militância viu o projeto de prefeitura sair por entre os dedos, por não tomar a decisão certa no projeto de 2012, agora corre o risco de jogar o mesmo projeto fora em 2016.
As eleições de 2014, é uma repetição do que ocorreu em 2010. Ou seja, há quatro anos, um grupo rebelde do partido resolveu apoiar o candidato Omar Aziz ao governo do Estado, mesmo ele tendo apenas 13% nas pesquisas de intenções de votos, contra “o candidato da corte”, Alfredo Nascimento (PR), que ostentava mais de 56% em todo o Estado. Ele era imbatível. Apostavam a maioria dos petistas.
Menos de dois meses depois, Alfredo viu seus votos pulverizados pelo então vice de Eduardo Braga, que assumia o governo para concorrer as eleições no cargo. Hoje o governador José Melo tem acima de 10%, contra 50% de Eduardo. A campanha não começou e as manifestações de apoio estão sendo preservadas a sete chaves. Mas essa calmaria termina no dia 16 próximo, quando o pré-candidato ao Senado, Omar Aziz, anunciará o apoio ao governador José Melo e vai ferver o caldeirão no anúncio dos novos secretários, na próxima segunda-feira, 19 de maio.
Se a decisão dos delegados do PT for favorável à composição com o PMDB, restará então, torcer para que 54 prefeituras do interior, maioria da Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores, dos poderes constituídos, secretários, antigas e novas lideranças políticas e comunitárias estejam errados. (G.C)
