Após ler postagem de nosso amigo Valdo, de Novo Airão, referindo-se a “certas pessoas que aos domingos vão à igreja todos vestidos de paletó e gravata”, lembrei de, lá pelo mês de outubro de 2011, ter sugerido de um desses conhecidíssimos que veste paletó em Novo Airão, para que socorresse nosso inesquecível Paulista, porque, mesmo em tom de brincadeira, entendia que um bom bate-papo resolveria a insatisfação do nosso nobre pescador, que se mostrava indignado com a religião e com os falsos religiosos. Tratei esse “homem de deus” como amigo e irmão. O Paulista, hoje, é mulçumano e parece ter se reencontrado na vida na companhia da irmandade.
Mas, Valdo, permita-me chamá-lo de amigo, até porque, pelas poucas vezes que nos encontramos no tempo em que eu morava em Novo Airão (final de 2007 e todo 2008), praticamente todos os dias estava no lanche saboreando um gostoso sanduba, ou tomando uma sopa, sempre na companhia diária de teu filho Rafa (grande garoto) e lá assistia televisão na companhia de alguns amigos. Mas, em nome da solidariedade, do respeito que tenho por você, por sua esposa a professora Lene e pelos seus filhos, vou fazer essa exposição, porque lembrei-me de ter sido atingido por um desses pagãos de paletó e gravata.
Ofendido por tê-lo chamado de “irmão”, leiam a resposta dele publicada no dia 6 de outubro de 2011, 20:37: “Senhor Garcia, me respeite! quem olhar pra mim vai saber que não sou seu “irmão”, não tenho o que o senhor gosta, nem tão pouco compartilho da sua falta de respeito com a qual o senhor costuma tratar pessoas que muito estimo, mais uma vez te solicito me respeite como até hoje lhe tenho respeitado, a minha opção religiosa é amparada na Constituição Federal, suas brincadeiras costumam denegrir as pessoas, quanto a mim por favor basta!”. Não sei se esse pagão de paletó estava com quintas intenções!!!
Na verdade, não houve falta de respeito a nenhuma opção religiosa (mesmo sem ser religioso, respeito a todas as religiões, doutrinas ou seitas), mas tão somente uma tentativa de descontração para que as arguições do Paulista tomassem outro rumo.
Digo, foi apenas um recurso didático que passou longe da percepção desse “homem de deus”. Mas, minha resposta segue abaixo: “Amigos do Face, o Post em anexo, colocado e imediatamente retirado no dia 6 de outubro, mostra quem é o senhor (…) verdadeiro, real, sem máscaras, um homem que prega a palavra de deus com a alma carregada de ódio; um homem que dizia ser discriminado em Novo Airão por ser negro mas que discrimina, é preconceituoso.
O tom de seu texto reflete uma ameaça velada a minha pessoa, e reclama por uma ação judicial. Mas digo e repito, senhor (…), não tenho medo de ameaças, não tenho medo de cara feia e tampouco de sujeitos petulantes e arrogantes, porém, respeito suas frustrações. Numa mensagem postada à Delci (a senhora Delci é irmã do Tito), o senhor (…) invoca o Salmo 147:6, que “trata muito bem dos humildes”, mas, mesmo sem ser religioso, busquei fundamento em Chico Xavier, quando ele disse que “o ódio não é senão o próprio amor que adoeceu gravemente”. É, senhor ( …), ser humilde é aquele que se curva diante de si mesmo.” <From professor Garcia Neto>
Valdo, a enganação religiosa em nome “do senhor jesus” não acontece somente em Novo Airão, mas em qualquer pé de chão do nosso Brasil. Se os seguidores dessa maldita doutrina não enxergam, é porque são alienados, estão imbecilizados e servem de massa de manobra para satisfazerem a sanha desse grupo abjeto que não pregam a verdadeira educação filosófica aos seus seguidores, não revelam os verdadeiros conceitos sócioantropológicos dos fatos narrados na bíblia, negam-lhe a educação porque povo educado, povo bem informado, logo se insurgiria para desmontar esse circo da ilusão em cristo. A estrutura dessa exploração seria destruída de chofre.
Evidente que a educação desse povo “sem cérebro, com mentes de amebas” as libertaria da ação desses tiranos, e isso eles não querem. São uma corja de verdadeiros opressores, verdadeiros pagãos com intenção perversa de manter o povo e o povão alienados.Está difícil esse cidadão evangélico de Novo Airão que veste paletó e gravata curvar-se diante de si.
* Garcia Neto é sociólogo, professor e jornalista
