
O Sindicato dos Transportes Especial, Willian Enock, denuncia o aumento indiscriminado do número de carros trafegando irregularmente (piratas) nos transportes de fretamento de Manaus, os ônibus que levam trabalhadores para as indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM).
De acordo com Enock, algumas indústrias dos Distrito Industrial I, II e as instaladas na Avenida Torquato Tapajós, na Zona Norte de Manaus, estariam coniventes com a pirataria, unicamente por visar lucro com a redução do valor pago por rota.
As indústrias estariam contratando essas empresas de transportes piratas por preços menores, e as empresas contratam trabalhadores avulsos, alguns encostados pelo INSS. A maioria dessas operam com placas clonadas, algumas tem dois a três veículos com a mesma placa para fugir da fiscalização e não pagar os impostos do Detram e Sinetram.
O sindicalista denuncia as “piratas” de não pagar plano de saúde dos funcionário, os salários corretamente, não pagam direitos trabalhistas e direitos conquistados pela Convenção Coletiva de Trabalho da categoria (CCT).
Diante das irregularidades, as empresas de transportes piratas acabam barateando a rota em até 20%, mas de forma perigosa e fora da Lei, com as indústrias sendo coniventes com a redução do custo da rota mesmo sabendo das irregularidades.
Hoje, mais de 30% das empresas que servem ao Distrito Industrial estão na pirataria. Hoje tem em média 60 empresas ilegais, trabalhando irregularmente.
A direção do Sindicato disse que não vai ficar de “braços cruzados, não vai aceitar passivamente a precarização da mão de obra nos transportes e nem ficar alheio aos riscos que a categoria vem sofrendo com a ação desenfreada dos piratas dos transportes em Manaus”.
A diretoria vai tomar medidas sérias com relação a essas distorções e vai agir, na forma da lei, contra as irregularidades nos transportes.
O primeiro passo, será a paralisação das empresas que fazem fretamento para a Moto Honda da Amazônia, a Videolar, a Universal Fitness e para outras indústrias do Distrito Industrial I, II e as das Avenida Torquato Tapajós.
“Vamos chamar atenção das autoridades do trânsito, do governo estadual, municipal e dos responsáveis por esse setor”, alertou Willian Enock. Independente da ação, o Sindicato vai agir para contribuir com a legalização do sistema e evitar que dinheiro público saia pelo ralo, como vem acontecendo atualmente. Assim como, contribuir para a arrecadação do ISS, do INSS, FGTS e outros impostos que essas empresas irregulares não pagam.
Por outro lado, as paralisações terão também o objetivo de mostrar um outro problema nos transportes especial de Manaus: a falta do direito ao café da manhã, almoço e jantar para os motoristas das rotas. Muitos motoristas passam o dia inteiro com uma única refeição, porque as indústrias se recusam a fornecer alimentação aos motoristas do sistema.