Quatro deputados federais do Amazonas ajudaram a aprovar o texto-base do Marco Temporal das Terras Indígenas, nesse 30 de maio, determinando que a demarcação de terras indígenas sejam restritas aos povos, que tradicionalmente já ocupavam as terras em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da nova Constituição Federal.
O que, segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), Valdemir Santana, é mais uma ação dos chamados “quatro deputados do Apocalipse”, que sempre votam contra medidas criadas para beneficiar o seu povo, unicamente para atender interesses do capital, de grileiros, garimpeiros e de devastadores da floresta Amazônica.
No caso do chamado Marco Temporal, Santana diz que o PL-490/2007, fere e limita os anseios dos povos originários. “Esses povos tem o direito a todas as terras tomadas por grileiros e outras intervenções institucionais antes da promulgação da Carta de 1988”, acentua.
Para o presidente da CUT-AM, que também abriga os movimentos sociais e rurais no Estado, os quatro deputados do Amazonas, continuam votando contra trabalhadores, mulheres e, agora, indígenas de seu próprio Estado. São eles: Capitão Alberto Neto (PL), Fausto Jr. (União Brasil), Silas Câmara (Republicano), Adail Filho (Republicanos) e Saullo Vianna (União Brasil), estava ausente na votação.
“Os quatro deputados que insistem em votar propostas que reduzem as oportunidades de empregos e renda no Amazonas, paridade salarial entre homens e mulheres e agora pelo direito à terra dos indígenas, são os mesmos de sempre. São deputados que são contra os direitos de seus próprios conterrâneos”, aponta Valdemir Santana.
Voto contra o Marco Temporal e a favor dos indígenas
Dos oitos deputados federais do Amazonas, Amom Mandel (Cidadania), Sidney Leite (PSD), e Átila Lins (PSD), votaram contra o texto-base do Marco Temporal (PL-490 ) das terras indígenas. Portanto, se posicionam a favor de seus povo e em defesa dos povos originários.
Peixe temperado com mercúrio
Valdemir lamenta que ainda existem deputados no Amazonas que votam para que as terras de ribeirinhos e indígenas sejam invadidas por garimpeiros, que devastam florestas, destroem o meio ambiente, contaminam rios e obrigam os amazonenses a se alimentarem com peixes contaminado por ‘mercúrio’. “Não podemos permitir que estes deputados continuem prejudicando o povo do Amazonas”, defende.
“Esses parlamentares são antidemocráticos, irresponsáveis, que incentivam invasão de terra indígenas para os garimpeiros se instalarem nelas, contaminar os rios do Amazonas e envenenar o principal alimento do seu povo. E, ainda se dizem defensores dos amazonenses”, comentou Santana.
Pesquisa
Pesquisa recente divulgou que os peixes consumidos em estados da Amazônia brasileira invadida por garimpeiros estão contaminados por mercúrio.
“Já está comprovada, por meio de estudo científico, a contaminação. E os deputados ainda têm coragem de sair em defesa do garimpo e da invasão de terras indígenas”, salientou o presidente da CUT-AM ao relembrar que os deputados também votaram contra a igualdade salarial para mulheres”, finalizou.
