Após reunião com o chefe do Centro Integrado de Telemática do Exército (Citex), general Decilio de Medeiros Sales, na segunda-fira (25), o governador José Melo (PROS), afirmou que a realidade da banda larga no Amazonas, provida em grande parte por conexões via satélite de baixa velocidade, deverá passar por uma mudança radical, a partir da parceria firmada entre o Exército Brasileiro, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Prodam, Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), financiada pelo governo federal.
Dentro desse processo, está prevista a instalação do cabeamento óptico em municípios do interior e Região Metropolitana de Manaus, o que dará mais qualidade e rapidez ao processamento de dados e informações via internet. Segundo o governador, o memorando de entendimento assinado na parceria prevê ainda a criação de uma infraestrutura de fibra ótica através dos rios amazônicos para levar conectividade com a mesma qualidade de Manaus, atualmente, conectada ao backbone da RNP a um gigabit por segundo, velocidade considerada satisfatória para a inclusão digital, conforme exigência da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
José Melo disse ainda que, dos 62 municípios amazonenses, Iranduba e Manacapuru já foram contemplados, mas a proposta é estender o acesso à internet de alta qualidade para uma cobertura ampla e agregadora. Com relação ao projeto inicial, ele explicou que os técnicos irão aproveitar a infraestrutura existente ao longo dos 600 quilômetros da rota do gasoduto Manaus-Coari, pertencente à Petrobras, para interligar as cidades por fibra óptica da Telebras num investimento total de US$ 500 milhões, dos quais R$ 9 milhões são contrapartida do Estado pagos em parcelas que se completam até o fim deste ano. “Trata-se do projeto Amazônia Conectada, que vai beneficiar não apenas os pequenos provedores como também a população que vive no interior do Estado e sofre com um atendimento precário de internet”, completou Melo.
O governador afirmou que no projeto implantado está prevista a instalação de um sistema subfluvial no rio Negro, a partir do qual os provedores farão a conexão da última milha para a comercialização da banda larga, mas órgãos públicos federais e estaduais serão atendidos diretamente pela Telebras e Prodam, respectivamente. “Em março ou abril, estarão prontos os dez primeiros quilômetros desde o rio Negro até Manaus. Em seguida, foi selecionada a rota Coari-Tefé. A obra começou essa semana e o pessoal da RNP e da Prodam estão fazendo um ‘Survey’ em Coari e Tefé estudando, escolhendo o local por onde vai passar o cabo. A ideia é acabar com a dependência da região das comunicações via satélite”, enfatizou José Melo.
Cabo subfluvial
A próxima etapa do projeto de inclusão digital do Amazonas, citada por Melo, será em abril deste ano e vai interligar pelo leito do rio Solimões o trecho entre os municípios de Coari e Tefé. Como a distância entre as duas cidades não supera 200 quilômetros, não haverá necessidade de repetidora. Se o lançamento e a performance do cabo subfluvial entre Coari e Tefé forem um sucesso, a expectativa do governo é avançar com a fibra óptica pelo leito dos rios, com a construção das infovias das regiões do Alto Solimões, Alto Rio Negro, rio Madeira, Purus e Juruá, até o fim de 2017.
