A preservação da Amazônia é um dever do todos nós!(Por George Dantas)

Articculista George Dantas/AM
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No dia 05 de setembro comemora-se o “Dia da Amazônia”, porém, poucos sabem, exatamente, o que é a Amazônia, qual é a sua importância para o Planeta Terra e como o desmatamento e as grandes obras nos leitos dos rios dessa região pode afetar o clima no mundo.

Os ecossistemas amazônicos detém a maior biodiversidade do planeta,  a floresta tropical úmida cobre aproximadamente 7% do planeta Terra e contém cerca de 50% da biodiversidade mundial, dai o termo da floresta megadiversa. Essa floresta  cobre 3,3 milhões de km², constituindo-se 40% do território brasileiro e 1/3 das florestas tropicais do mundo.


Pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia_INPA e Museu Paraense Emilio Goeldi_MPEG estimam outros números gigantescos, como sete mil espécies de animais vertebrados, quinze mil vegetais superiores, vinte mil microrganismos e mais de um milhão de animais invertebrados dentre tantos outros diferenciais existentes na Amazônia.

Para muitos, a Amazônia está no centro da discussão, como um grande vetor de desenvolvimento em oposição a temática da preservação dos recursos naturais, criando-se assim dois grupos oponentes, aqueles chamados desenvolvimentistas e preservacionistas, como se ambos não pudessem se complementar, todavia, é possível sim articular movimentos em que desenvolvimento e ecologia possam conviver, o chamado desenvolvimento sustentável, onde a economia é o vetor de desenvolvimento amparado nas condicionantes ambientais de conservação dos recursos naturais e a valorização do conhecimento tradicional que valorize o caboco ribeirinho, o seringueiro e os indígenas.

O ideário popular enxerga a Amazônia, como a última fronteira a ser “conquistada”, a fonte inesgotável de recursos que pode atender a todas as demandas do Brasil, porém, isso não é verdade, os recursos existem, porém, se não soubermos fazer a seu correto uso, a exploração fatalmente levara a extinção no longo prazo.

Veja o exemplo da água existente na Bacia Amazônica onde 64% da área está em território brasileiro e destaca-se por ser a mais extensa do planeta e possuir o maior rio do mundo, o Rio Amazonas, e não é só isso, além dessas águas superficiais, existe na Amazônia imensos reservatórios de água subterrânea, como o Aquífero Alter do Chão na divisa dos estados do Amazonas e Pará.

Grandes interferências nos cursos d´água da Amazônia foram feitas nas décadas de 70/80, a partir de critérios não muitos técnicos e sim para atender demandas das grandes indústrias exploradoras de minérios e indústrias de transformação. As usinas hidrelétricas de Tucuruí no Para, Balbina no Amazonas e Samuel em Rondônia são os principais exemplos de passivos ambientais para o meio ambiente amazônico. Mais recentemente, exemplos de lições não aprendidas se repetem com as grandes obras das hidrelétricas de Santo Antonio, Jirau e Belo Monte, gerando grandes fluxos migratórios para os municípios do entorno que vivem o fenômeno da superpopulação e aumento da demanda por serviços públicos que se esgotam tão logo as obras terminem.

Porém, o principal fator de preocupação ambiental na Amazônia está relacionado ao desmatamento de grandes áreas por madeireiras grilando terras públicas. Dados do Imazon indicam que em julho/14 a Amazônia Legal teve 355 quilômetros quadrados de desmatamento. Isso  representou um aumento de 134% em relação a julho/13, quando o desmatamento somou 152 quilômetros quadrados. O desmatamento acumulado no período de agosto de 2013 a julho de 2014, correspondente aos 12 meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 2.044 quilômetros quadrados, especialmente nos estados do Pará, Acre, Amazonas e Mato Grosso.

O desmatamento impacta diretamente na perda da biodiversidade, na redução da ciclagem da água (e da precipitação) e dá uma forte contribuição no aquecimento global, daí a importância no combate sistemático ao desmatamento e fiscalização no trânsito de produto de origem florestal.
Para a conservação da biodiversidade, a ciência e inovação são as ferramentas para o uso racional de plantas medicinais, organizando uma cadeia produtiva para os medicamentos fitofarmácos, nutracêuticos e da dermocosmética, inaugurando assim, uma nova fonte de receita que não agride a floresta e faz a correta inclusão da sociodiversidade para aqueles que vivem e protegem a floresta.(George Dantas)

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