“Quem levar o comprovante de voto no Jair, ganha um pernil”, diz dono de frigorífico em MG

Dono de frigorífico em MG obriga diz pra funcionários que troca um pernil por voto em Jair Bolsonaro – foto: recorte/recuperada

Um empregado disse que um frigorífico em Betim (MG) prometeu um pernil para cada funcionário que levar o comprovante de voto em Jair Bolsonaro na segunda-feira seguinte ao segundo turno.


Eles foram obrigados a vestir camisetas com a ‘marca do Jair’

Funcionários de um frigorífico de Minas Gerais foram pressionados a vestir uma camiseta na quinta-feira (20) com o slogan e o número de Jair Bolsonaro (PL) e a participar de uma conversa sobre o segundo turno das eleições. A ação aconteceu em Betim, município da região metropolitana de Belo Horizonte (MG), nas empresas Serradão e Frigobet, que são do mesmo grupo. A conversa contou com a participação do deputado federal bolsonarista Mauro Lopes (PP-MG).

Um empregado disse ao jornal Folha de S.Paulo que o frigorífico prometeu doar um pernil para cada funcionário que levar o comprovante de votação na segunda-feira seguinte ao segundo turno (31) se Bolsonaro for reeleito.

O deputado negou que ele ou o dono do frigorífico tenham prometido um pernil para os funcionários. Lopes mudou sua versão sobre a entrega de camisetas e disse, por fim, que foi ele quem fez a doação.

“Promessa de pernil? Negativo. Eu estava lá. Não houve nada disso, não. Que bobagem é essa? A única coisa que aconteceu foi pedir voto para o Bolsonaro. Mais nada. Eles me receberam muito bem. Eu que doei as camisas”, disse.

“O Ministério Público do Trabalho não tem nada a ver com isso. Eu entro em qualquer local. Peço voto no meio da rua, peço voto no frigorífico, com o catador de lixo. Peço voto para todo mundo. Eu entro em qualquer local e peço voto”, acrescentou.

O advogado Fernando Neisser, membro da Academia Brasileira de direito Eleitoral e Político (Abradep), vê indícios de pelo menos duas ilegalidades no caso: propaganda eleitoral e coação. A legislação proíbe propaganda eleitoral nos chamados bens de uso comum, que incluem estabelecimentos privados.

“Uma segunda ilegalidade é o crime de coação eleitoral, que é você usar do dinheiro que você tem para fazer alguém votar ou não votar em determinada pessoa. E não há dúvidas de que a relação de emprego gera essa posição de autoridade apta a configurar crime de coação eleitoral”, continuou.

“Chefe publicamente constrangendo funcionário a manifestar apoio a um candidato não se compara a situação de um cidadão comum discutindo com outro na rua e fazendo campanha. Ainda que você não tenha ameaça explícita, essa ameaça implícita é reconhecida”.

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