Renan Calheiros, meio corrupto, presidente da CPI do Covid – por Osíris Silva

Escritor e economista Osíris Silva/Foto: Divulgação

O Estado de S. Paulo, edição de ontem, 29, lavou a alma e a honra do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ao informar que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) “apenas” por nove, e não 17,  investigações abertas contra o parlamentar nesta instância.


Pesquisa do Estadão identificou nove resultados: os inquéritos 4851, 4833, 4832, 4492, 4464, 4426, 4326, 4215 e 3993. Outras investigações contra o senador foram arquivadas por falta de provas (caso dos inquéritos 4389 e 4367) ou enviadas a instâncias inferiores (inquérito 4437).

Ainda bem, na ótica do jornal paulista Renan não é totalmente corrupto, apenas meio corrupto. Que alívio. O brasileiro pode dormir em paz.

Mais processos

Renan é também investigado por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na construção do Canal do Sertão, no Alagoas. Outro inquérito apura a suspeita de pagamentos indevidos em 2014 por parte do Grupo Odebrecht a senadores, em troca da aprovação de legislação favorável à empresa Braskem.

Há ainda uma investigação aberta a partir de delação do empresário Marcelo Odebrecht, que disse ter pagado a Calheiros e ao senador Romero Jucá pela aprovação da MP 627/2013, que beneficiaria a empreiteira.

Pensão alimentícia

Um laudo da Polícia Federal de 2010 mantido até o momento sob segredo de Justiça concluiu que o presidente do Senado, Renan Calheiros, não tinha recursos para bancar a pensão alimentícia para a jornalista Mônica Veloso, com quem ele teve uma filha fora do casamento.

As conclusões da PF embasaram denúncia por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso oferecida contra o presidente do Senado depois pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e que, após a liberação do caso pelo ministro Luiz Edson Fachin, será julgada em breve pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.

O processo encontra-se até hoje sem julgamento, guardado a sete chaves nos escaninhos burocráticos do STF.

Renan Calheiros, entretanto, garantido pelo ministro Ricardo  Lewandowski e apoiado por Lula da Silva, seus seguidores e partidos de oposição, manteve-se no cargo de relator da esdrúxula CPI da Covid, que vai investigar também os governadores de Estado, dentre os quais Renan Filho, governador de Alagoas, feudo dos Calheiros.

Considerados fatos abusivos e lesivos à nacionalidade em qualquer país civilizado, afiançam, ao contrário, que,  no Brasil moral, ética e bons costumes não passam de meros acidentes de percurso.

30 de abril de 2021.

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