Roraima seria ‘braço’ de facção criminosa, apontam PF e MPE

Encontro de Delegados da PF e promotores da GAECO/Foto: Natacha
Encontro de Delegados da PF e promotores da GAECO/Foto: Natacha
Encontro de Delegados da PF e promotores da GAECO/Foto: Natacha

Após 74 mandados de prisão expedidos para pessoas suspeitas de envolvimento com uma organização criminosa que estaria atuando dentro e fora do sistema prisional, o Ministério Público do Estado (MPE) afirmou que Roraima seria um “braço” de uma facção criminosa de atuação nacional. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (29), em Boa Vista, como parte da Operação Weak Link.


Segundo o delegado da PF, Agostinho Cascardo, os mandados estão sendo cumpridos dentro e fora dos presídios, não apenas em Roraima, e em 48 horas deverão estar concluídos. Dos 74 mandados de prisão, dois são para São Paulo e Paraná. Apenas três dos suspeitos não teriam passagem pelo sistema prisional, mas manteriam alguma relação com os presos.

“A ideia é desarticular a organização criminosa no estado. Além das prisões, uma das possibilidades é encaminhar os líderes para fora [do estado]. Isso já foi pedido e agora aguardamos a decisão da Justiça”, explicou Cascardo. Ainda conforme ele, cerca de 20 pessoas, identificadas como os ‘cabeças’ da organização, poderão ser transferidas.

De acordo com o promotor de Justiça Heveraldo Cerutti, a organização criminosa estaria se estruturando rapidamente no estado, pois em um curto período, durante os nove meses de investigação, o número de membros da facção cresceu significativamente.

“No começo, havia apenas dois ‘batizados’ [membros oficiais da organização] e agora temos esse número altíssimo. Essa organização estava determinando a prática de vários crimes graves dentro e fora do sistema prisional. Tráfico de drogas e associação ao tráfico, acerto de contas, homicídio, roubos, inclusive com essa modalidade conhecida como ‘saidinha de banco'”, com ramificações até mesmo dentro de instituições financeiras”, destacou.

Cerutti enfatizou que a importância da operação para desarticular a organização dentro do estado foi confirmada por alguns áudios cedidos pela PF. “Em alguns desses áudios, os ‘cabeças’ falam da importância de Roraima para a organização criminosa por causa da proximidade com os países vizinhos, Venezuela e Guiana Inglesa”, disse.

Investigação

Além da facção criminosa alvo da “Operação Weak Link”, existiriam mais duas organizações criminosas atuando dentro e fora dos presídios de Roraima. Conforme o promotor de Justiça Marcos Antônio Azeredo, o Ministério Público Estadual vem investigando a existência dessas facções desde dezembro de 2009, a partir de informes do Ministério Público de São Paulo.

“A existência de três organizações criminosas em Roraima é motivo, inclusive, de homícidios dentro e fora do sistema prisional em virtude do espaço que cada um busca angariar no estado. A busca pelo poder, pelo comando do tráfico de drogas e a prática de inúmeros crimes aqui”, comentou.

A ligação de Roraima com facções criminosas nacionais teria se iniciado com a transferência de dois detentos para um presídio em Rondônia (RO). “No presídio federal de Rondônia, eles tiveram contato com a cúpula nacional e foram ‘batizados’. Quando retornaram para Boa Vista, em 2013, eles começaram a difundir a ‘doutrina’ da organização criminosa e, rapidamente, se estruturaram e chegaram a esse número de 95 membros”, comentou. Ambos os detentos responderiam por crime de tráfico de drogas.(G1)

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