Rurais prometem recorrer no ‘tapetão’ depois de perderem o prazo de inscrição de chapa para a CUT

Vice-presidente eleito da CUT-AM, Berenício de Souza Lima - foto: Joab Ribeiro

Terminada as eleição e o 14º Congresso para a escolha da nova diretoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), no domingo (23), ficou a certeza de uma eleição limpa, democrática e de discussão de metas e propostas, feitas pelas tendências e forças que compõe a Central Sindical, para os trabalhadores do Amazonas.


Mas, como nem tudo são flores, ficou também o grito dos descontentes, em redes sociais, dos que sequer conseguiram inscrever a chapa, dita de oposição.

Liderado pela presidente da Federação dos Agricultores do Amazonas (Fetagri-AM), Edjane Rodrigues, membros da comissão de 33 delegados rurais não chegaram ao consenso sobre ela encabeçar uma chapa de oposição e, 06 deles retiraram os seus nomes, momentos antes de encerrar o prazo de inscrição. Eles não estavam dispostos a bancar uma divisão e rompimento interno na tendência Arte Sim, da qual Edjane faz parte.

A defecção dos 06 rurais, terminou por invalidar a chapa de Edjane e forçar a eleição em Chapa Única, uma vez que ela não teria mais prazo hábil para recompor uma nova chapa de oposição.

Diretoria executiva eleita da CUT/2023 – foto: Joab Ribeiro

Dissidência interna

Para o vice-presidente eleito, Berenício de Souza Lima, Edjane, na realidade, é uma dissidente da força que ganhou as eleições/2023. “Ela pertence à tendência Arte Sim, que não aceitou imposições e manteve o grupo unido em cima de propostas discutidas com muita antecedência”, destacou.

Berenício disse ainda, que os seis ruralistas que deixaram a chapa de Edjane, fizeram uma reunião com a tendência momentos antes do prazo final de inscrição de chapas, porque não queriam bater de frente com a própria tendência.

Reclamações na imprensa

Edjane foi para a imprensa ameaçar, informando que: “os delegados rurais se retiraram do 14 Congresso e vão entrar com recurso junto à direção nacional para anular a eleição do presidente ad’eterno da CUT, Valdemir Santana, que está há 6 mandatos consecutivas, que não é permitido pelo seu estatuto e ao mesmo tempo por não ter prestado contas financeiras de sua gestão dos últimos 4 anos”.

Choro é livre

Para Berenício Lima, o ‘choro’ também faz parte do processo eleitoral e dos perdedores. De acordo com ele, Valdemir Santana não tem seis mandatos consecutivos, mas dois e entrando no terceiro agora por força da proposta de mudança na Legislação Trabalhista feita pelo presidente Lula, com discussão tripartite das alterações a serem implantadas no governo, entre elas, a permissão para as atuais diretorias com dois mandatos, concorrerem a mais um.

Sobre Edijane, recorrendo da decisão dos delegados, ‘entrando com recurso’ junto à direção nacional da CUT-Brasil, Berenício disse que é um direito democrático de todos os que participaram das eleições de ontem (23 de julho), mas que não vê possibilidade nenhuma de êxito da companheira rural.

Para o sindicalista, a Ata do Congresso é uma prova de que os Rurais estão representados na Chapa vencedora, com cinco municípios, entre eles, Manacapuru, Apui, Anorí e que as acusações são infundadas, principalmente, feitas por quem recebeu oferta do cargo de  Vice-Presidente, da Secretaria de Organização e da futura Secretaria da Amazônia, por eles serem mais intimamente ligados a esta área. “Edjane queria a Tesouraria, mas os integrantes da tendência Arte Sim achou por bem não ceder. Não teve acordo”, completou.

Edjane Rodrigues, comemorando reeleição em chapa única na Fetagri, em março de 2022 – foto: reprodução/Altemir Viana

Recurso

Já de acordo com o presidente reeleito, Valdemir Santana, ele se disse favorável a entregar a Tesouraria a Edjane Rodrigues, para ela dar a alguém do seu grupo ou ela mesmo ocupar. “Não encontrei problemas nenhum em ceder cargos, nem o de tesoureiro, mas a tendência Arte Sim, que é a maioria, não aceitou”, disse.

Conforme disse Berenício Lima, a presidente da Fetagri perdeu para o seu próprio coletivo. “Não tinha como impor condições, quando se tem 27 aliados, contra as ideias e propostas de 140 delegados”, ponderou.

Metalúrgicos e rodoviários com Valdemir Santana – foto: Joab Ribeiro

Pela Legislação, Edjane pode entrar com recurso interposto, no prazo de 15 dias, a contar da data das eleições.

Mas se depender dos delegados rurais do município de Apuí, (há 455.27 km de distância de Manaus – 1,098 km por estrada e 26 horas de viagem), a presidente da Fetagri não tomará nenhuma atitude revanchista nos próximos 15 dias, pelo menos.

Assista o vídeo feito por: Idamar, Maria de Jesus, Márcia, João da Silva, Vitor e Carminha, repudiando a postura da presidente da Fetagri, Edjane Rodrigues, diante dos resultados das eleições.

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