Se a reforma da Previdência fosse boa não precisaria de propaganda

A intenção do governo é martelar a cabeça do cidadão até vencê-lo pelo cansaço – foto: ministério da saúde

O governo está gastando uma fortuna dos brasileiros – inclusive dos futuros aposentados – para convencê-los de que uma reforma que compromete seu futuro vai ser boa para eles. E que eles devem pedir aos deputados para aprová-la com louvor.


Não há dúvida que nem todos os produtos anunciados pela publicidade são ruins. Mas também é verdade que a propaganda é capaz de vender feito água um produto que não presta ou que não serve para nada.

A propaganda geralmente é usada para destacar um produto do dos concorrentes. No caso da reforma da previdência, não há concorrentes. O governo faz propaganda de um produto que só ele tem.

Para ser honesto deveria também mostrar como é a aposentadoria atual. E então o cidadão poderia comparar e concluir se realmente a nova é melhor. Poderia escolher entre um produto ou outro.

A intenção do governo é martelar a cabeça do cidadão até vencê-lo pelo cansaço – foto: ministério da saúde

Mas honestidade não faz parte das práticas da propaganda. Ela mostra apenas o produto novo. E, como ocorre com toda propaganda, não mostra os aspectos negativos do que pretende vender. É o que diferencia a propaganda do jornalismo.

Mão Única

A propaganda é uma via de mão única. Ela não se preocupa com o mérito ou conteúdo da ideia que vende, mas sim em utilizar todos os recursos possíveis para vendê-la. Martelar na cabeça do cidadão até vencê-lo pelo cansaço – eis o seu escopo.

Na pré-história da propaganda não havia limites para seus arroubos. Os anúncios de remédios prometiam curas milagrosas. Eram verdadeiras fake News. Recursos subliminares praticamente hipnotizavam. As pessoas saíam do cinema e sentiam uma vontade irresistível de consumir pipoca, por exemplo. Um exemplo clássico de práticas subliminares na publicidade.

A propaganda pisou no perigoso terreno do abuso, do vale tudo durante muito tempo, provocando desgraças em série, para falar apenas na exaltação do cigarro e das bebidas alcoólicas. E da máquina de propaganda política do III Reich.

Aos poucos surgiram regulamentações. Limites passaram a ser estabelecidos. Nasceu a noção de que propaganda não podia enganar. Propagandas enganosas foram e são banidas.

A campanha da reforma da previdência é um exemplo evidente de propaganda enganosa. E por isso deveria ser tirada do ar.

A reforma fará tão mal aos aposentados quanto o cigarro ou o álcool fazem para o ser humano.

Por: Alex Solnik, o Jornalistas pela Democracia

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