Uma análise sobre as eleições presidenciais – por Flávio Lauria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

No andar da carruagem, só se reforça pela popularidade do ex Presidente Lula, o horizonte de um novo mandato, e diante do atual Presidente que deverá ser o entrevero. Mas onde estão as barras da diferença da disputa, se é alegado que o ex Presidente, não saiu do neoliberalismo, e a plataforma a que se possa almejar, arrancando dessas areias movediças, a de realizar o programa social democrático? Não é outra a constatação de que pela inépcia do atual Presidente, mesmo Bolsonaro sufocando pelo imperativo de assistencialismo, tentar manter-se à tona. Neste quadro, não há projeto, tudo é conjuntura, e da visão de um governo que não conseguiu governar.


Vence a indefinição ou o descolorido da mesma real politik, que tenta agora a quinze dias da eleição. Tenta como estratégia, parecer que mudou a sua agressividade, mas é como um o escorpião, que chega a hora, revela sua identidade agressiva. Bolsonaro ficou como a rainha da Inglaterra, entregando tudo ao Presidente da Câmara dos Deputados, abdicando de um projeto de transformação social, embora tenha uma popularidade entre seus trinta por cento de aliados.

Não há caso igual, na nossa história política, de quem vence o previsível desgaste de final de mandato e guarda reservas de mobilização na opinião pública para dar o seu recado. Lula enfrenta os puristas dogmatas, e a expulsão dos insubmissos confessos, vencendo as visões ingênuas da impaciência do mudar, como se fosse chegar ao Palácio de desembainhar, em novo grito do Ipiranga planaltino. Lula não responde ao criticismo do país de salão e ao prurido conhecido como cinismo político.

Mas ao enorme contingente, para quem o crédito continua e tem olhos de ver para a meada mesma da mudança a desenrolar. Pode ser exagero, mas mesmo um ex-presidiário ganhando as eleições, há no horizonte para uma parcela grande da população, a chance de retornarmos o encantamento do juscelinismo. Há o tempo escassíssimo, para fugir do fato consumado, da corrosiva dependência do Legislativo, e da absurda falta de solidariedade humana. Vamos esperar essa síntese, entre o desenvolvimento e o nacionalismo. Confesso que nunca vi na história de eleições presidenciais, uma disputa de dois candidatos que tem em seu passado, corrupção clara e cristalina. Mas o povo tem o governo que merece.

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