Yolanda Lauria – por Flávio Lauria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

Já fiz artigos para minha mãe, porém nunca com o título nominalmente do nome dela. Na passagem de seu aniversário, e me permito deixar de dizer a idade, mas já se passaram mais de noventa anos, me sinto como primogênito feliz e ao mesmo tempo abatido, pela condição em que está minha mãe, com dores e mais especificamente abatida por uma compressão das raízes do nervo ciático. Mas esse artigo é diferente, minha mãe, foi uma guerreira, criou seis filhos, sendo os últimos gêmeos, cozinhou para um batalhão de pedreiros, ajudantes, marceneiros, quando da construção de nossa casa no bairro da Cachoeirinha. Hoje é a única das quatro filhas de minha avó entre nós.


Existe um amor incondicional de mãe com os filhos, ser mãe, e aí me permito abranger outras mães, é doar um órgão para um filho doente, é oferecer um pulmão inteiro para recuperar um filho ou filha, e, ao ser informada que isso não seria possível, porque colocaria em risco a sua própria vida, perguntar: “E viver pra que, sem meu filho?. Depois de mais de meio século de existência, Deus permitiu que eu visse a minha maneira, que o grande tema da vida é o amor. É possível que, desde então, o meu entendimento sobre a vida, tenha se tornado um mistério, mas o meu espírito, logrou ficar mais próximo da paz.

Todo filho deve aos pais a gratidão, e afirmo que principalmente à mãe, e gratidão que é um dos sentimentos mais nobres que o ser humano pode ter, está difícil nos dias de hoje. É algo superior que demonstra o grau de desenvolvimento espiritual de uma pessoa. Quantos têm gratidão àquela que aparece sempre nas horas mais difíceis? Eu não engrosso o coro dos que acham que depois de ter recebido o benefício, não interessa quem foi o benfeitor, que isso é apenas um detalhe. O mundo seria bem melhor se as pessoas abrissem o coração e falassem o que realmente estão sentindo.

Eu agradeço e oro todo dia, por meus filhos, netos e por minha mãe, já perdi amigos, amigas, e sei que o ciclo natural e virtuoso da vida é procriar, nascer, amadurecer e morrer, mesmo nunca aceitando o dia da chegada da morte, embora não tenha nenhum medo dela, ficamos mais conformados com o legado, e como foi cumprida sua jornada nessa passagem. Minha mãe está cumprindo este ciclo, e tem consciência dele.

O desejo é que os natais, finais de ano e aniversários, os pais, e principalmente as mães sempre estejam presentes, mas esses sonhos, ficam embotados as vezes pela falta de sensibilidade. Prometi a mim mesmo que escreveria esse artigo, hoje, sem revisar e sem falar de saudade, somente de Yolanda Lauria, que com o nome Yolanda, fez versos da música de Pablo Milanês, e encerro somente com uma frase da música: “ si me faltares no voy a morirme, se he de morrir quiero que sea contigo”

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