
Saiba como identificar os sinais de intoxicação alimentar e quando é necessário procurar ajuda médica
A intoxicação alimentar infelizmente é uma condição comum para a qual todos estamos suscetíveis e que pode ganhar contornos bem sérios. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que anualmente morrem 420 mil pessoas em todo o mundo por conta de intoxicações alimentares.
Elas são causadas pelo consumo de alimentos contaminados por microrganismos prejudiciais, como bactérias, vírus ou parasitas. Esses patógenos frequentemente contaminam alimentos mal cozidos, produtos não higienizados ou armazenados inadequadamente. Quando o alimento contaminado é ingerido, ele causa um quadro desconfortável que afeta, principalmente, o sistema gastrointestinal.
Apesar de normalmente o nosso organismo resolver sozinho uma intoxicação como essa, ela pode exigir cuidados especiais, principalmente em pessoas mais vulneráveis, como crianças pequenas, idosos, mulheres grávidas e imunocomprometidos. Por isso, é importante saber identificar quando o caso é mais sério e demanda uma avaliação médica imediata.
Desvendando a intoxicação alimentar
O que é e como ocorre a intoxicação
Quando alguns alimentos são expostos a temperaturas inadequadas, são mal higienizados ou mal preparados, eles podem ser contaminados por microrganismos nocivos à saúde humana. Exemplos típicos incluem carnes mal cozidas, produtos lácteos estragados, vegetais crus mal lavados e frutos do mar contaminados.
Diferentes tipos de patógenos provocam diferentes formas de intoxicação, com sintomas e gravidade que podem variar conforme o agente infeccioso envolvido. Bactérias como Salmonella, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e o Rotavírus são os mais frequentes nesse tipo de contaminação. Eles causam sintomas como febre alta, cólicas abdominais e diarreia intensa.
Locais mais comuns
Ambientes como restaurantes e locais com buffets self-service exigem atenção redobrada devido à constante manipulação dos alimentos e, até mesmo, a incerteza da higiene do local e da forma de preparo; a depender desses fatores, aumenta-se a chance de contaminação cruzada.
Atenção também para as barraquinhas de comida de rua e até mesmo os já famigerados restaurantes de estrada. Esses são locais comuns de contaminação. Por isso, até onde for possível, procure confirmar se há uma boa higiene no local. Uma dica adicional é: veja se o local é bem avaliado no Google Meu Negócio. Talvez, isso possa salvar você de um piriri.
Agora, para evitar alimentos contaminados nesses lugares, o segredo é sempre observar o aspecto dos alimentos. Observe se parecem frescos e bem conservados, isso é muito importante. Evite itens que estejam expostos ao calor e opte por alimentos cozidos na hora, em vez de pratos pré-preparados, aqueles que ficam expostos por longos períodos.
Alimentos de risco
Alguns alimentos apresentam maior risco de contaminação e merecem atenção especial na hora do consumo. Carnes cruas ou mal passadas, especialmente frango e carne bovina, são fontes conhecidas de bactérias como Salmonella e Escherichia coli. O ideal é sempre consumir carnes bem cozidas, garantindo que estejam quentes por dentro e com aparência firme.
Frutos do mar e pescados também precisam de cuidados redobrados, já que se deterioram facilmente se não forem armazenados de forma adequada. Dê preferência a locais de confiança e observe sempre o cheiro e o aspecto do alimento. Evite ostras e mariscos crus se não tiver certeza da procedência.
Laticínios, como leite e queijos frescos, devem ser consumidos somente quando pasteurizados e dentro do prazo de validade. Queijos artesanais e produtos caseiros, se não forem bem armazenados e preparados, também podem ser uma fonte de contaminação.
Procure não ingerir alimentos com cheiro, cor ou textura diferentes do habitual, especialmente se for algum dos mencionados na lista acima. Esse cuidado vai ajudar a evitar uma possível intoxicação alimentar.
Sintomas e sinais de alerta
Se você suspeita que pode ter consumido algum alimento contaminado e acha que pode estar com intoxicação alimentar, vamos te explicar um pouco sobre os sintomas. Normalmente, após a ingestão do alimento contaminado, os primeiros sintomas aparecem em poucas horas. Os sintomas leves incluem cólicas abdominais, dor de cabeça, perda do apetite, náuseas, vômitos, diarreias e fraqueza.
Também é importante estar atento a outros sintomas menos comuns, como dores musculares intensa, dor de cabeça forte e até sintomas neurológicos, como confusão mental, que podem ocorrer em quadros mais graves piorados pela desidratação em função dos episódios de diarreia e vômito intensos.
Por isso, caso esses sintomas persistam por mais de três dias, se houver a presença de sangue nas fezes ou urina, febre alta persistente e tonturas é recomendado procurar ajuda médica imediatamente.
Diagnóstico e tratamento da intoxicação alimentar
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico geralmente é clínico, baseado nos sintomas e no histórico recente de alimentação. Durante a consulta, o seu médico pode questionar sobre locais visitados recentemente, histórico alimentar detalhado e se outras pessoas que consumiram o mesmo alimento também adoeceram.
Exames laboratoriais podem ser solicitados. Esses testes incluem a análises das fezes e exames de sangue que vão identificar especificamente qual microrganismo causou a contaminação, o que levará a escolha do tratamento mais assertivo.
Tratamentos
O tratamento inicial da intoxicação alimentar é repousar e hidratar-se frequentemente. Esse cuidado é o que o organismo vai precisar para combater a infecção. Para prevenir a desidratação, além da água, o uso de soro caseiro é recomendado.
Alimentos leves e de fácil digestão, como o arroz branco, purês e frutas como a banana, também podem ajudar a não sobrecarregar o sistema digestivo durante o período de recuperação. Nesses momentos, evite a todo o custo os alimentos gordurosos, açucarados e ricos em fibras, até sentir que o sistema gastrointestinal já voltou ao normal.
Além das medidas básicas de hidratação e repouso, o uso de probióticos pode ser uma opção para ajudar na recuperação da flora intestinal afetada pela intoxicação alimentar.
Quando os agentes infecciosos entram em nosso organismo, eles geralmente provocam o que é conhecido como disbiose, isto é, o desequilíbrio da flora intestinal. Estudos já demonstraram que os probióticos podem auxiliar a recuperar o equilíbrio da microbiota intestinal, restaurando o bem-estar digestivo.
Não se esqueça da importância de sempre consultar seu médico. Em casos de intoxicação alimentar, ele poderá ajudar a mapear a melhor abordagem de tratamento para você. Por fim, lembre-se sempre do básico, lavar bem os alimentos durante o preparo, cozinhá-los adequadamente e higienizar as mãos antes das refeições pode poupar muitas dores.