Apesar de apelo do Papa detenta é executada nos EUA

Kelly Renée, 47 anos, executada nos EUA/Foto: Reuetrs

Apesar do apelo do papa Francisco, e de vários recursos apresentados pela sua defesa, a detenta Kelly Gissendaner foi executada no início da madrugada de hoje, quarta-feira (30), pelo Estado da Geórgia, nos Estados Unidos.
Única mulher no corredor da morte no Estado, Gissendaner foi declarada morta à 00h21 (01h21 de Brasília), depois de receber uma injeção letal, na prisão estadual de Jackson. Ela foi condenada por ter planejado a morte do marido, em 1997.


Depois da rejeição dos pedidos de clemência pela Junta de Perdão e Liberdade Condicional do Estado da Geórgia, os advogados da prisioneira entraram com recursos na Suprema Corte do país. Os pedidos, no entanto, também foram rejeitados, e a execução foi cumprida, apesar de adiada por algumas horas.

A execução de Gissendaner estava prevista inicialmente para o início deste ano, mas foi suspensa em duas ocasiões devido a uma tempestade invernal que castigou o Estado e por problemas relacionados com a droga utilizada na injeção letal.

Apelo do papa

Em nome do papa Francisco, a Nunciatura Apostólica dos Estados Unidos solicitou nesta terça-feira (29) em carta à junta estadual o cancelamento da execução de Gissendaner, que foi a primeira mulher a receber a pena capital na Geórgia em 70 anos.

Sem querer minimizar a “gravidade do crime”, o papa Francisco pediu, por meio de uma carta enviada pelo núncio apostólico Carlo Maria Vigano, clemência para a mulher. “Suplico (…) a sua junta diretiva a comutação da pena por uma que expresse melhor a justiça e a misericórdia”, declarou Vigano na carta à Junta de Perdão e Liberdade Condicional.

Na quinta-feira passada o papa Francisco, que realizou uma visita de seis dias aos EUA, pediu perante o Congresso americano a abolição da pena de morte.

Filhos perdoaram a mãe

A Junta de Liberdade Condicional aceitou escutar os argumentos a favor de Gissendaner, mas novamente negou o pedido da condenada para que a pena capital fosse comutada por prisão perpétua.

Os cinco integrantes da junta escutaram durante 45 minutos o pedido de clemência por parte do filho mais velho de Gissendaner, Brandon Brookshire, para posteriormente atender a família da vítima.

Os três filhos de Gissendaner alegaram que perdoaram sua mãe pela morte de seu pai e intercederam a seu favor, argumentando que ela se regenerou e é uma pessoa diferente após passar décadas na prisão.
Execução “inédita”

Kelly foi sentenciada à pena capital por planejar junto com seu amante, Gregory Bruce Owen, a morte de seu marido Doug Gissendaner em 1997.

Owen, o autor material do assassinato, foi condenado à prisão perpétua após testemunhar contra Gissendaner no julgamento.

Kelly Gissendaner é a primeira pessoa a ser executada na Geórgia sem ter sido quem cometeu diretamente o crime, desde que se restabeleceu a pena capital nos anos 1970, de acordo com o Centro de Informação sobre a Pena Capital (DPIC, sigla em inglês).

Lena Baker, eletrocutada em 1945, foi a última mulher executada no Estado da Geórgia acusada de assassinato, pena da qual foi oficialmente perdoada em 2005 depois que a Justiça considerou que ela agiu em legítima defesa. (UOL/Com agências internacionais)

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