Cadeirante sofre para conseguir entrar em ônibus, em Manaus

O drama de Valdenice para entrar no ônibus/Foto: Zeferino Neto

O drama de Valdenice para entrar no ônibus/Foto: Zeferino Neto


A cadeirante Valdenice Nascimento Fonseca, de 41 anos, doente renal, sofre duplamente: conseguir um transplante de rim e entrar com a cadeira de rodas, em alguns dos ônibus da cidade, por falta de rampas de acesso e motoristas intolerantes.

“Já perdemos a conta do sufoco que passamos sempre que precisamos ir a algum lugar para fazer exames”, conta a irmã Vanderleia Fonseca Rocha, de 48 anos. ” É comum sempre desviarem para não pegar a gente ou param e mandam a gente esperar pelo outro ônibus”, acrescenta Vanderléia.

Ontem, sexta-feita (24), em mais uma dia conturbado, Valdenice teve que contar com a ajuda de passageiros para conseguir entrar em um coletivo da empresa Viação Açaí Transportes, linha 100, bairro do São Raimundo, no terminal da Constantino Nery, com destino ao hospital Santa Júlia, na avenida Ayrão (Centro), porque a rampa do ônibus não estava funcionando.

Valdenice faz hemodiálise três vezes por semana e, com muita esforço a irmã conta dela conseguiu ambulância para transportá-la, ioda e volta à clínica. Porém, quando precisa realizar exames, passa por todos estes constrangimentos. Ontem, porém, as duas saíram às 07h00 de casa e às 15h30, ainda, continuavam tentando voltar para casa.

As duas irmãs moram,atualmente, na área da Barreira (Zona Norte), na estrada de saída de Manaus como destino a sítios e outras cidades. Antes moravam no bairro do São José (Zona Leste).

O ônibus de linha 356 que pegam na barreira até o centro da cidade, passando pelo terminal da Matriz, possui rampa mas Vanderléia acredita que é porque “o coletivo é mais novo e deve fazer parte do Programa Viver Melhor”. Neste coletivo elas foram até à rua Quintino Bocaiúva e depois pegaram outro, de volta, até o terminal da Constantino Nery, sob as mesmas condições de acesso.

“Neste trajeto fomos estimuladas a denunciar a situação e parece que foi um milagre,” disse Vanderléia ao contar que entre os passageiros que as ajudaram estava um repórter-fotográfico que registrou toda a situação no terminal da Constantino Nery.

A reportagem do Correio da Amazônia fez contato com a(Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) , por volta das 16h50 de ontem, sexta-feira (24), mas, através da portaria foi informada de que não havia mais ninguém da assessoria. Em uma segunda ligação, foi tentado o número de celular (88xx42xx20), mas, ao ligar a mensagem informava que o celular estava desligado ou fora da área de serviço. Uma nova tentativa foi feita neste sábado e, a era a mesma mensagem.

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