Carlos Bolsonaro, o suspeito do crime de Marielle

Nossa narrativa – hipótese de investigação – começa a focar, agora, em Carlos Bolsonaro, o mais inconsequente dos filhos de Bolsonaro - foto: montagem

O vereador Carlos Bolsonaro (foto) é a bola da vez na investigação do caso Marielle. Não se fala de outra coisa desde que surgiu a estranha história do porteiro e da Casa 58. O filho Zero 2 do presidente mudou a rotina.


Na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, ele não fala com ninguém e anda cercado por seguranças que não desgrudam do cangote do chefe. O sinal mais evidente de que Carluxo está atormentado é a decisão de abandonar as redes sociais. Do dia pra noite, o falastrão compulsivo caiu no silêncio.

Na semana que passou o jornalista Kennedy Alencar fez zoada com a informação segundo a qual Carlos seria figura central entre os suspeitos do duplo assassinato.

Além de Marielle Franco, como sabe, o motorista Anderson Gomes é a outra vítima. Na verdade, a Veja já havia publicado que funcionários do vereador foram ouvidos na investigação. Suspense sobre o que vem por aí.

Muita gente já chamou atenção para um detalhe naquele famoso chilique de Bolsonaro em que ele espuma de ódio contra a Globo. Foi depois que o Jornal Nacional divulgou o depoimento do porteiro do Vivendas da Barra.

O funcionário do condomínio arrastou a família do capitão da tortura para o centro do crime. A revelação do JN fez o presidente perder o controle. Sobrou para a TV dos Marinho.

E o que mais chamou atenção no “desabafo” do pai do Carluxo foi uma pergunta que ele fez no vídeo contra a emissora. “Querem prender um filho meu? É isso, Rede Globo? Canalhas!”. Até ali, ninguém havia ligado o Zero Dois aos homicídios. Assim, Bolsonaro se antecipou na defesa do filho.

Outro sinal de que o “mito” sabe que o filhote pode estar encrencado é a guerra contra o governador do Rio, Wilson Witzel. Bolsonaro disse que soube da citação a seu nome no inquérito pelo próprio governador. Os dois, até a eleição passada, corriam na mesma faixa de exaltação a ideais autoritários.

De fato, a figura de Witzel nisso tudo parece cada vez mais cabulosa. Isso decorre de um dado quase da natureza: as investigações do crime que pode implodir o governo miliciano de Bolsonaro são da esfera estadual, claro. O acaso deu à Polícia Civil do governador todos os poderes sobre o mistério.

Não é do nada que o ministro Sergio Moro, esse monumento à bandidagem de toga, agora quer federalizar a investigação. O ex-juizinho, parcial e corrupto, teve a cara de pau de afirmar o seguinte: o assassinato de Marielle “merece uma investigação neutra”. Moro falando de neutralidade?! É demais.

A preocupação do cabo eleitoral do Jair, que trocou a toga pelo carreirismo na política, é sabotar as investigações. Se o caso sair do Rio para o controle da Polícia Federal, chefiada por Moro, podemos dar adeus às expectativas de esclarecimento do crime. É mais uma decisão nas mãos do Judiciário.

Se a família Bolsonaro está ou não implicada no duplo assassinato, isso ainda não está demonstrado. Verdade também, de outro lado, é que as suspeitas não param de desabar na cabeça dos trogloditas parceiros de milícias. O histórico do clã combina com essa imagem de pistolagem política.

A última coisa que li a respeito disso tudo – e aí sim é uma bomba – põe Carluxo na cena do crime. A polícia carioca trabalha com a suspeita de que ele poderia estar no carro usado pelos matadores. É por isso que circulou nos últimos dias a “teoria” de que o governo estava para cair. Ainda não ocorreu.

Que tem algo muito errado, não resta nenhuma dúvida. Os Bolsonaro sempre fizeram piada com a morte de Marielle. Apoiaram o gesto do deputado que destruiu a placa em homenagem à vítima. Carluxo tinha tanto ódio pela vereadora que não falava mais com ela. Raivoso e descontrolado.

Cheia de episódios esquisitos, a apuração do atentado segue em meio a controvérsias que policiais e promotores alimentam. Polícia Civil e Ministério Público carioca não param de dar trombadas. Esse caso desafia as instituições. Falta chegar aos mandantes. Carluxo, o perturbado, está na mira.

CadaMinuto

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