A Central de Movimentos Populares (CMP) realizou na tarde do último sábado (29/07), seu IV Congresso Estadual, que teve como tema: 30 anos de lutas e resistência, e lema: Contra o fascismo, em defesa da democracia, dos direitos e da vida. O encontro contou com a participação de personalidades políticas e pouco mais de 200 ativistas de diversos seguimentos socias e aconteceu no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos, localizado na Rua Duque de Caxias, 958, Praça 14 de Janeiro, zona centro-sul de Manaus.
O ativista social Rodrigo Furtado, 34 anos, membro do Coletivo Luta, movimento popular filiado a CMP/Amazonas, foi eleito coordenador da entidade com uma maioria expressiva de votos e aclamado sem objeções pelos movimentos presentes no encontro. Antes de ser eleito, Furtado comandou a CMP Manaus por quatro anos e marcou sua trajetória por realizar grandes mobilizações populares em defesa da democracia, contra o Governo Bolsonaro e por mais direitos.
“Agradeço a confiança e a responsabilidade de confiarem a mim o comando da maior central do país que representa a junção de todos os movimentos. Os desafios são grandes, mas nós estaremos cumprindo com o nosso papel de defender as pautas do campo popular e de irmos até os governos e fazer as intervenções necessárias”, comentou Furtado.
O encontro marca um novo passo para os movimentos sociais, ganhando um perfil mais à esquerda, progressista e de luta, caracterizada na luta diante das pautas dos trabalhadores, trabalhadoras e dos brasileiros em situação de vulnerabilidade social. A etapa nacional acontece entre os dias 26 e 29 de outubro em Salvador na Bahia.
Participação indígena – A maior central de movimentos populares do Amazonas realizou seu encontro com a participação de mais de 207 pessoas que legitimaram o congresso estadual e pela primeira vez em sua história conta em sua composição na direção membros dos Movimentos Indígenas, com as etnias; Kokama, Dessana, Tuiuka e Tukanos.
Perfil – Rodrigo Furtado é estudante do curso de Direito pelo PROUNI e iniciou sua carreira política no movimento estudantil, quando assumiu a vice-presidência da União Municipal dos Estudantes de Manaus (UMES), foi Secretário Geral da União Estadual dos Estudantes Secundaristas do Amazonas (UESAM), Presidente do Parlamento Jovem no Estado (programa de educação para democracia realizado pela Câmara dos Deputados do Brasil e dirigido aos estudantes do ensino médio de todo o Brasil. Criado pela Resolução nº 12/2003 da Câmara dos Deputados, sua primeira edição, em 2004, foi regulamentada pelo Ato da Mesa nº 49/2004), em parceria com o Congresso Nacional e a SEDUC/AM, atualmente é Presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), na Zona Norte de Manaus.
Comunidade LGBTQIAP+ ganha força
Rodrigo é ativista do movimento LGBTQIAP+, homem gay assumido e como novo coordenador geral da Central no Amazonas, garantiu compromissos em fortalecer a luta e as pautas da comunidade, buscando auxiliar os LGBT’s Amazonenses no combate a homofobia e por garantia dos Direitos Humanos, empreendedorismo e direito ao trabalho.
O encontro contou ainda com a participação de dirigentes do PT, como o ex deputado federal Jose Ricardo e atual Coordenador Geral do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Amazonas – MDA, dirigentes dos sindicatos, membros da CUT e dirigentes dos mais variados movimentos sociais.
História – A CMP foi fundada durante o “I Congresso Nacional de Movimentos Populares”, realizado em entre 28 e 31 de outubro de 1993, em Belo Horizonte, Minas Gerais, tendo como objetivo principal coordenar as lutas comuns e de caráter geral por direitos de movimentos populares urbanos e defender a construção de políticas públicas e participação popular para o Brasil.
Desde seu surgimento há 16 anos no Amazonas, a CMP tem se somado a mobilizações sociais pelo país no campo da esquerda, como o Grito dos Excluídos, o Grito da Terra, compondo a Frente Brasil Popular e Conselhos Populares. Bem como das marchas em defesa de reformas estruturais e desenvolvimento econômico e social e atos contra políticas neoliberais e privatizações, além de articular caravanas pelo país, como pelo direito à moradia e pela reforma urbana, e campanhas nacionais, como contra a fome e a exclusão social. A CMP está presente em 19 estados do país e no Amazonas com atuação em 11 municípios.