CNJ abre processo contra Moro por atuar de forma política

Justiça pede informações a Moro sobre acusação de atuar de forma política - Foto: Lula Marques

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de tutela e fiscalização da magistratura no Brasil, instaurou esta sexta-feira uma investigação contra o juiz Sérgio Moro, que comandava a operação anti-corrupção Lava Jato, por exercício de atividade política, incompatível com a sua função de magistrado. A ação foi aberta pelo próprio Corregedor Nacional de Justiça, Humberto Martins, responsável máximo pela investigação e punição a eventuais desvios de conduta cometidos por juízes.


Moro, que há uma semana aceitou ser ministro da Justiça e Segurança Pública do futuro executivo do presidente eleito Jair Bolsonaro e já trabalha ativamente em Brasília na transição de governo, é acusado de ter começado a exercer atividade político-partidária antes de ter deixado o cargo de juiz, o que é proibido a qualquer magistrado. Moro reuniu-se com Jair Bolsonaro na casa deste no Rio de Janeiro, aceitou o convite para o governo e começou a trabalhar como ministro indigitado sem se desligar do cargo de juiz, o que não fez até este sábado.

Justiça pede informações a Moro sobre acusação de atuar de forma política – Foto: Lula Marques

O próprio Moro explicou a jornalistas ao aceitar o convite de Bolsonaro que, como tinha férias já vencidas, primeiro ia gozá-las, para não perder esse benefício, e depois, lá para Dezembro, pediria a exoneração do cargo de juiz federal e de chefe da 13. Vara Criminal de Curitiba, que condenou e mandou prender o antigo presidente Lula da Silva por corrupção. O magistrado não vê mal algum nisso, mas o Conselho Nacional de Justiça viu nessa atitude um desrespeito e uma infração grave à magistratura, pois o exercício da política, direta ou indirectamente, é rigorosamente proibido a qualquer magistrado, mesmo estando em férias ou sob qualquer tipo de licença.

Sérgio Moro já é alvo de um outro processo no CNJ, envolvendo o rocambolesco episódio em que, no passado mês de Julho, um desembargador decretou a libertação de Lula da Silva, preso desde Abril na sede da Polícia Federal em Curitiba. O desembargador Rogério Favreto, ao assumir um plantão de domingo no Tribunal Regional Federal da 4. Região (TRF-4), decretou a soltura imediata de Lula, mas Moro, mesmo estando de férias supostamente fora do país e sendo Favreto seu superior hierárquico, interveio no caso e, interferindo na decisão de uma instância superior, proibiu a Polícia Federal de libertar o antigo governante e foi emitindo várias ordens nesse sentido até que o próprio presidente do Tribunal, desembargador Thompson Flores, anulou a decisão de Favreto.

Fonte: Topbuzz

Artigo anteriorCandidatos do Enem fazem 2º dia de prova neste domingo
Próximo artigoGigantes da Internet são intimadas sobre Fake News de Bolsonaro

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui