O senador Aécio Neves (PSDB) oficializa hoje, sábado (14), sua candidatura à Presidência, durante a Convenção Nacional Eleitoral do partido, que ocorre em São Paulo.
Resultados das últimas pesquisas de opinião mostram que as intenções de voto para o senador tucano tiveram apenas pequenas oscilações nas últimas semanas.
Segundo o levantamento do Datafolha publicado na semana passada, Aécio oscilou negativamente um ponto: de 20% para 19% – enquanto Dilma também perdeu pontos, caindo de 37% para 34% das intenções.
Já na pesquisa apresentada pelo “Ibope”, divulgada há uma semana, o pré-candidato passou de 20% para 22% das menções.
No entanto, analistas afirmam que há diversos entraves a serem vencidos para que Aécio conseguir vencer o desânimo do eleitor com a sua campanha até a eleição, em 5 de outubro.
Entre os pontos citados estão desafios mais amplos, como definir uma agenda mais concreta até empecilhos mais concretos, como a própria Copa do Mundo e a ausência de um nome para vice, a quatro meses para a eleição.
Sem vice
“Aécio Neves está conseguindo se firmar como candidato, mas seu grande desafio agora é, certamente, escolher um vice”, afirma o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UNB).
“Eles têm até o fim deste mês para definir um nome e devem tentar atrair alguém de partidos como o PP (Partido Progressista) ou o PR (Partido da República), ou seja, tirá-los da coligação da presidente Dilma Rousseff”, o que é muito difícil.
Sem emoção
Para Marco Aurélio Nogueira, professor de ciência política da Unesp, o principal entrave que Aécio enfrenta atualmente é algo que já vem sendo um problema há bastante tempo.
“O grande desafio dele é conseguir estabelecer comunicação, que de algum modo, o vincule a aspirações mais importantes da sociedade, o que até agora não conseguiu”, disse.
“O grande problema do PSDB, há muito tempo, é: o partido tem quadros muitos bons, preparados politicamente, mas não consegue emocionar e nem afinar com a sociedade.”
Segundo o professor, o partido tem feito política como contraste do PT, mas é muito difícil conseguir fazer campanha em nome do contra. “Ele faz marcação homem a homem com o PT e, nessa operação, deixa de apresentar sua maneira de ver as coisas.”(Terra)