Desinteligência e despreparo (Por Paulo Figueiredo)

Advogado Paulo Figueiredo(AM)
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Impressiona a falta de inteligência da presidente Dilma Rousseff. Não chega nem a ser medíocre, nunca fica na média e vai fundo no despreparo. É insuperável na arrogância, na grosseria, na teimosia, na falta de tato e na indisposição em fazer política, com ou sem elevação de propósitos. Seus ministros e demais auxiliares que o digam, como vítimas de seus constantes descontroles.
Anda sempre de mau humor e quando sorri não consegue disfarçar que é impulsionada a distender os lábios a contragosto, obediente ao marqueteiro de plantão. Como economista, entende-se senhora de todos os problemas do país, capaz de apontar suas respectivas e definitivas soluções, que a levariam a receber o prêmio nobel de economia.


Retrocedemos em quatro anos e alcançamos o desastre atual. Um caminho de poucas alternativas, com um novo mandato que chegou ao fim sem ter começado. Um governo de merda, como em ato falho a ele se referiu o presidente do PT, Rui Falcão, ao lembrar do que se falava no Chile quando da queda iminente do presidente Salvador Allende. Lá, no início da década de 70 do século passado, dizia-se: “Este é um governo de merda. Mas é o meu governo, merda!”. Aqui, em circunstâncias semelhantes, com ou sem algum desconforto, cumpre aos petistas defender a presidente Dilma, segundo o condottiere lulopetista.

Olha, aonde chegamos, obrigados a suportar um governo falido por mais quatro anos, que realmente é do PT e da companheirada, mas não é nosso, do povo brasileiro. E a incompetência avança célere, em todos os planos e setores da administração.

Em política externa, Dilma Rousseff foi às Nações Unidas e defendeu o diálogo com o terrorismo internacional, representado pelo Estado Islâmico, que explode milhares de vidas inocentes e degola jornalistas e outras vítimas da barbárie e do fanatismo levados ao extremo. Assim, inviabilizou a participação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, vista como viável até bem pouco tempo. Insiste em projetos falidos no continente e retarda a inclusão do Brasil em alianças internacionais exitosas, como o fazem atualmente a Colômbia, Peru, Chile e México.  No plano interno, entregou-se ao PMDB de Renan Calheiros e Eduardo Cunha, figuras emblemáticas da face negra do parlamento brasileiro, como dirigentes do Senado e da Câmara Federal.

Em matéria de política econômica e fiscal, como bem ressalta Fernando Henrique, a doutora tornou-se refém de Joaquim Levy, porquanto ou faz o ajuste proposto pelo tecnocrata e ministro ou a vaca vai para o brejo, tossindo ou não. Além do mais, Dilma está para a reflexão econômica científica, como qualquer incipiente estaria para a física quântica.

Chegou-se ao impasse – e a banda podre da política brasileira, como grande maioria, sabe perfeitamente disso –, que dificilmente poderá ser vencido, uma vez que no projeto de reorientação da economia a presidente não tem o apoio nem do PT e muito menos de outros partidos de sua chamada base aliada. Como aprovar o ajuste fiscal, com o PMDB imprensando a presidente frágil contra a parede, em cima de propostas que invertem a mão de direção do poder, no sentido do Congresso Nacional, como se vivêssemos num regime parlamentar enviesado.

Em atenção ao clamor das ruas, Dilma encaminha um pacote anticorrupção ao Legislativo e propõe a adoção de medidas óbvias, já bastante discutidas e muitas em curso no Congresso. Malha em ferro frio. A questão não está na falta de leis, mas no seu não cumprimento. Como novidade, edita a regulamentação da Lei Anticorrupção. Mais um grande fiasco, que enfrenta críticas pesadas do mundo jurídico, com avaliações negativas que subscrevem a opinião do jurista Modesto Carvalhosa, para quem a nova lei não passa de uma grande farsa. Para Carvalhosa, ao invés de conter ou inibir procedimentos corruptores, amplia o campo de atuação criminosa, quando atribui aos ministros do Executivo competência e autonomia para instaurar investigações contra as empresas envolvidas em atos delituosos de corrupção.

Dilma insiste no erro. Teima na desinteligência, agora com 13 quilos a menos, sempre assustada e de olhos esbugalhados, mais antipática do que nunca, com as dificuldades características de expressão e comunicação. Vê-la e ouvi-la é um tormento. Acaba de dizer que vai estudar a redução do número de ministérios, uma exigência do PMDB, mas afirma que apenas retirará o status de ministério de algumas secretarias, mantendo-as com a mesma estrutura e os mesmos custos operacionais. Parece piada, é trocar nada por coisa nenhuma. Ainda assim, promete que vai estudar. E é desse modo que vai conduzindo o governo, que ninguém sabe se chegará ou não a seu termo.(Paulo Figueiredo – advogado, escritor e comentarista político – [email protected])

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