O início do ano produtivo no Polo Industrial de Manaus (PIM), que geralmente acontece a partir da segunda quinzena de março, esse ano não saiu das intenções das empresas e dos sindicatos agregados.
O que se presenciou em 2015, foram as mais de 06 mil demissões registradas e homologadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, nesse primeiro trimestre do ano. A Grande maioria das demissões foi registrada nos setores de Ar Condicionados, eletroeletrônicos e Duas Rodas.
A previsão de contratação de trabalhadores temporários para o Dias das Mães (10 de Maio) está com um mês de atraso e, pela previsão do Sindicato dos Metalúrgicos, provavelmente, ela não acontecerá esse ano. A alta do dólar, a falta de investimentos e o temor da crise anunciada e propagada em todos os setores econômicos da Nação, na opinião do presidente do Sindimetal, Valdemir Santana, estão assustando empresários, investidores e consumidores em todo o Estado.
A fabricante de eletroeletrônicos LG da Amazônia tem uma grande quantidade de containers com insumos lacrados na Receita Federal porque a direção da fábrica não está disposta a pagar a taxa de liberação no valor do Dólar, na cotação de hoje, 11, compra 3,070 e venda 3,071.
Em situação mais grave, encontra-se a Hitachi da Amazônia. A empresa que fabrica ar condicionados praticou tantas demissões nos últimos meses, que seu parque fabril ficou com pouco mais de 50 trabalhadores operando as poucas linhas, que ainda se mantém ativas.
De acordo com lista fornecida pelo Sindicato dos Metalúrgicos, quem mais demitiu de Janeiro a Marco de 2015 foram: Samsung da Amazônia (362), LG do Brasil (265), Cal-Comp Ltda (210), Sony Brasil (167), Elsys Eletron (101), Whirlpool (350), Daikin Ar Condicionados (76), Salcomp da Amazônia (182), Electrolux da Amazônia (245), Microsoft (244), Moto Honda (233), Philco Eletrônicos (164), Digibras (68), Flex Indústria (64).
Apesar da crise, não houve muita variação do número de demitidos no mesmo período, em 2014, quando fechou o primeiro trimestre do ano com 6.141 trabalhadores demitidos no Polo Industrial de Manaus contra 6.332 em 2015. Mesmo assim, o quadro se apresenta com menos perspectivas em 2015, do que em 2014.
Nesse mesmo período, no ano passado, as empresas já estavam contratando temporários para fazer estoque para os Dias das Mães, festas juninas e as vendas de rotina. Com a indústria encolhida, os sindicalistas consultados pelo site acreditam mais em demissões nos próximos meses do que admissões, como era o previsto.
