Especialista do MIT não acredita no Marco Civil da Internet

Andrew Lippman foi um dos fundadores do Media Lab, centro de pesquisas renomado do MIT Foto: Divulgação
Andrew Lippman foi um dos fundadores do Media Lab, centro de pesquisas renomado do MIT Foto: Divulgação
Andrew Lippman foi um dos fundadores do Media Lab, centro de pesquisas renomado do MIT
Foto: Divulgação

O especialista em impacto da tecnologia na sociedade Andrew Lippman, um dos fundadores do Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), acredita que o Marco Civil da Internet não vai funcionar.


Sancionada pela presidente Dilma Rousseff há quase um mês, a lei prevê direitos e deveres na web para internautas e provedores de serviços.

 

Durante a Be Mobile Conference, conferência de segurança promovida pela BlackBerry em Miami (EUA) nesta quarta-feira, Lippman se disse contra qualquer lei que tente regular a rede mundial.

 

“A internet não começou como uma ferramenta comercial. A web se tornou muito grande de forma muito rápida, e não acho que nenhum governo conseguiria colocar qualquer barreira nela”, afirmou. “Simplesmente não vai funcionar, é como uma proibição. Se você tenta regular, a tecnologia simplesmente muda e você nunca será capaz de alcançá-la”, completou.

 

Futuro
Em relação a novas tendências de tecnologia, Lippman apresentou em sua palestra que diferentes tipos de avanços vão definir a próxima era do setor, conhecida como “era do entendimento digital”. Ele acredita que a sociedade está entrando nessa nova era como resultado de quatro fatores principais.

 

O primeiro deles é o chamado “big data”, que significa a análise de dados capaz de trazer descobertas e melhorias para negócios e pessoas. Um exemplo seria o que a empresa Bluefin realiza: ela consegue captar o que as pessoas estão dizendo no Twitter sobre programas de televisão. Essas informações podem ser usadas para que as empresas saibam, por exemplo, se elas estão assistindo a seus comerciais, e podem direcionar produtos e mensagens diretas para um público mais específico.

 

O segundo fator é a tecnologia de sensores. Dois exemplos são o de câmeras, que podem atualmente ser usadas para diagnosticar uma doença, e os GPS, que estão por todos os lugares e aplicações. Em seguida, Lippman listou a capacidade das máquinas digitais de entenderem os seres humanos. A Affectiva, por exemplo, é uma empresa que analisa expressões faciais para entender as emoções das pessoas. E, por fim, o quarto fator é o entendimento de lugares por meio de tecnologia que interage com o ambiente físico, como o Waze faz para entregar informações de trânsito aos usuários.

 

“Essas tecnologias existem há algum tempo, mas hoje estão mais disponíveis. Estamos passando por um período de disrupção, com ‘D’ maiúsculo, e disrupções que nunca tivemos antes”, afirmou o especialista.

 

De acordo com Andrew Lippman, os quatro fatores podem resultar em soluções que entendam as pessoas e melhorem suas vidas.

 

Um exemplo claro do que faz parte dessa nova era digital é o projeto do Google de carros que dirigem sozinhos, baseado em mapas do Google Maps e imagens do Street View e que consegue entender como as pessoas dirigem e, por meio de sensores, prever obstáculos durante o caminho.

 

“Todo mundo pensa que vivemos na era da mais rápida tecnologia, mas em grande parte, o resultado vem da sociedade, não da tecnologia”, opinou o executivo. Marina Tsutsumi/Terra

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