Estados Unidos confirmam o vínculo do zika vírus com a microcefalia

O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos confirmou nesta quarta-feira o vínculo entre o zika vírus e defeitos de nascimento, como microcefalia.


“Confirmamos agora o que as crescentes evidências sugeriam”, disse o diretor do CDC Tom Frieden, sobre o estudo realizado por sua equipe e publicado no New England Journal of Medicine.

Neste estudo, os especialistas do CDC concluem, “após uma revisão cuidadosa das evidências, que o Zika vírus é uma causa da microcefalia e de outros graves defeitos cerebrais nos fetos”.

“Este estudo marca um ponto de inflexão no surto de Zika. Agora está claro que o vírus causa microcefalia”, acrescentou Frieden. De acordo com o especialista, o próximo passo será realizar novos estudos para determinar se as crianças nascidas com microcefalia de mães infectadas com o Zika “são a ponta do iceberg do que poderíamos ver sobre efeitos nocivos no cérebro e outros problemas de desenvolvimento”, afirmou.

Faz alguns dias que o CDC está avisando que o Zika é um vírus que deve ser levado mais a sério do que é hoje. Em uma mesa redonda com vários meios de comunicação, incluindo EL PAÍS, realizada pela Casa Branca esta semana, o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), Anthony Fauci, disse que o vírus tem uma “tendência extraordinária a atacar tecido neural”. Algo que foi comprovado nos fetos, mas também em alguns casos de adultos que apresentaram “complicações além da síndrome de Guillain-Barré” já relatados.

Além disso, disse Fauci, alguns estudos mostraram que o vírus permanece mais tempo circulando em mulheres grávidas do que naquelas que não estão em gestação, embora até agora não haja conclusões sobre o efeito que isso pode ter.

Segundo afirmou o CDC em um comunicado na quarta-feira, a confirmação do vínculo entre o vírus e defeitos como microcefalia não se deve a uma única evidência que fornece provas conclusivas. Mas chegaram à conclusão – e com tanta segurança que decidiram ser os primeiros a anunciar – depois de analisar o crescente número de estudos sobre o tema, avaliando-os através de “critérios científicos estabelecidos para apoiar as conclusões dos autores”.

A confirmação deste vínculo não significa, segundo o CDC, que toda mulher grávida e infectada com Zika vai ter um bebê com problemas de má-formação, como demonstram os muitos casos de nascimentos de bebês saudáveis. Mas serve para reforçar as medidas preventivas, disse Frieden.

“Estabelecer esta relação causal entre Zika e defeitos do cérebro no feto é um passo importante para direcionar novos esforços de prevenção, concentrar as atividades de pesquisa e reforçar a necessidade de uma comunicação direta sobre os riscos do Zika”, disse a instituição.

Agora, no entanto, os EUA não vão modificar as recomendações já emitidas para as grávidas, que aconselham evitar, na medida do possível, viajar a áreas onde há o zika vírus e proteger-se das picadas se não podem evitar a viagem ou vivem em áreas de risco. Se o companheiro da grávida viajou para uma área com o vírus, recomenda-se abster-se de relações sexuais durante a gravidez ou usar preservativo.

(EL PAIS)

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