A recomendação de lavar as mãos para evitar doenças é antiga e nas unidades de assistência à saúde essa simples medida auxilia na redução da mortalidade, taxas de infecções e transmissão de microrganismos. Os colaboradores do Pronto-Socorro (PS) do Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, na Zona Norte, estão em constante treinamento para nunca esquecerem que lavar as mãos com água e sabonete líquido ou o uso do álcool em gel resguarda a segurança dos pacientes e profissionais de saúde.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que em países em desenvolvimento as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) ocorrem entre 5 a 15% dos pacientes internados e em 9 a 37% dos internados em unidade de terapia intensiva. Essas infecções são responsáveis por aproximadamente 100 mil óbitos só nos Estados Unidos da América. Atualmente, a atenção à segurança do paciente, envolvendo o tema higienização das mãos tem sido tratada como prioridade pela OMS.
No Delphina Aziz, uma unidade da Secretaria Estadual de Saúde (Susam) administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed), em todos os ambientes assistenciais há pia exclusiva para higienização das mãos, sabonete líquido, papel toalha e álcool em gel, além de lembretes fixados nas paredes sobre a técnica de lavagem das mãos e sobre os cinco momentos de higienização, explica a enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Erielma Galvão.
Os treinamentos realizados na unidade simulam um atendimento ao paciente e, para isso, é usado um boneco de forma e tamanho humano. O profissional de saúde que participa dos treinamentos demostra como e quando a higienização é obrigatória durante a assistência prestada aos pacientes.
Na assistência à saúde, é necessário higienizar as mãos de forma correta em cinco momentos: antes e depois de contato com o paciente, após risco de exposição a fluidos corporais, antes da realização de procedimentos e após contato com objetos na área próxima do paciente, alerta a médica Infectologista da CCIH, Mayla Borba.
Além disso, nos treinamentos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e demais colaboradores são conscientizados sobre a forma correta e eficaz de lavar as mãos: como abrir a torneira, aplicar o sabonete e higienizar todas as regiões das mãos – palma, dorso, unhas e punho. (Ver box).
Álcool em gel
No Brasil, desde 2010, é obrigatório que as instituições de saúde disponibilizem álcool em gel para a antissepsia das mãos por profissionais nos pontos de assistência à saúde, como enfermarias e áreas de medicação. Formulações alcoólicas promovem a redução microbiana, com baixo tempo de execução e menor irritação que lavagem como água e sabonete e é de fácil disponibilidade nos pontos de assistência ao paciente. No entanto, caso haja sujidade visível, lavar as mãos com água e sabonete líquido é indispensável.
Box: Passo a passo da lavagem das mãos
1. Abra a torneira e molhe as mãos, evitando encostar na pia;
2. Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos;
3. Ensaboe as palmas das mãos, friccionando-as entre si;
4. Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda e vice-versa entrelaçando os dedos;
5. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais;
6. Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta e vice-versa, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem.
7. Esfregue o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda e vice-versa, utilizando movimento circular;
8. Friccione as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha e vice-versa, fazendo movimento circular;
9. Esfregue o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita e vice-versa, utilizando movimento circular;
10. Enxágue as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evite contato direto das mãos ensaboadas com a torneira;
11. Seque as mãos com papel-toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos.
