Indígenas de Roraima reivindicam direitos em marcha

Dia Internacional dos Povos Indígenas/Foto: Divulgação

Indígenas de Roraima fazem nesta quarta-feira (9) a VI Marcha dos Povos Indígenas em alusão ao Dia Internacional dos Povos Indígenas. Durante a caminhada, os índios reivindicam direitos e entregam uma carta aberta a cinco órgãos. “Nossa história deve ser respeita”, disse o Conselho Indígena de Roraima (CIR).


A marcha começou às 8h com a concentração no Centro Cívico de Boa Vista. A previsão era que os participantes saíssem em caminhada às 10h, mas houve atraso em razão da chuva.

A passeata começou somente às 11h e seguiu em direção ao Palácio do Governo. Em seguida os manifestantes seguem para a Secretaria Estadual de Educação, ao Ministério Público Federal, à Advocacia Geral da União e por fim à Funai.

Segundo a organização, mil pessoas acompanham o evento que deve terminar às 22h. A partir das 19h30, o público poderá conferir apresentações culturais no Centro Cívico. A PM não acompanha a manifestação.

Entre os principais pontos da pauta está o posicionamento contrário ao parecer da Advocacia Geral da União (AGU) aprovado pelo presidente Michel Temer em julho desde ano, que trata sobre a demarcação de terras indígenas. Os povos são contrários a uma marca temporal estabelecida pela AGU para a demarcação.

Segundo o CIR, o parecer afirma que só poderão ser demarcadas terras onde os indígenas estavam presentes em 1988, ano de promulgação da Constituição Federal.

Dia Internacional dos Povos Indígenas/Foto: Divulgação

“Querem que a gente obedeça um marco temporal, mas a gente existia muito antes de 1988. Querem apagar nossa história. Somos povos originários desse país. Então exigimos que desde antes de 1500 nossa história deve ser respeitada, ela não pode ser apagada”, afirmou o coordenador geral do CIR, Enoque Taurepang.

Os povos também exigem o direito de consulta para a nomeação do coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), investimentos na saúde e educação e se colocaram contra as reformas trabalhista e da previdência.

“Estamos contra a PEC 215 que fala sobre mineração, contra as hidrelétricas que estão previstas aqui para Roraima como a do Bem Querer, do rio Cotingo. Não queremos estagnar o estado, mas que se veja no mundo globalizado que a gente está, que existem outras formas de ter uma energia saudável e capaz de abastecer toda a sociedade”, considerou Enoque.

O representante da Hutukara Associação Yanomami, Dário Kopenawa Yanomami, afirmou que o evento é fundamental para o fortalecimento das políticas indigenistas.

“Estamos aqui para falar sobre os problemas que nos afetam, principalmente o de demarcação de terras indígenas e mineração nas terras”, afirmou.

Além do CIR e da Hutukara, participaram da marcha a Associação dos Povos Wai Wai, das Terras Indígenas de São Marcos, Ye´kuana do Brasil, das Mulheres Indígenas de Roraima, dos Prodessores Indígenas, Organização dos Índios da Cidade e o Conselho do Povo Indígena Ingaricó.

Fonte: Folha MT

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