Indígenas do Amazonas marcham pelo direito à vida plena

Indígenas marcham nos dias 04 e 05 pelo direito à vida plena - Foto: Divulgação

Indígenas de várias e etnias e diversas regiões do Estado realizam, nesta quinta e sexta-feira, 04 e 05/04, a III Marcha dos Povos Indígenas do Amazonas. Com o lema “Resiliência e luta pela (R)existência e vida plena”, a caminhada inicia às 09h, na Praça da Polícia, Centro seguindo pela av. Eduardo Ribeiro, com chegada no Largo de São Sebastião.


Já na sexta-feira, o ato de mobilização político-cultural começa às 09, partindo do prédio do Ministério Público Estadual (MPE), seguindo pela av.enida Coronel Teixeira e Avenida Brasil, em direção à sede do Governo do Estado, onde as lideranças entregarão documento de reivindicação ao governador Wilson Lima.

O objetivo da mobilização é chamar professores, agentes de saúde, lideranças indígenas e sociedade civil, em defesa dos direitos pela vida plena, no contexto de profundas violações e de retrocessos nas políticas públicas indígenas.

Durante a última quarta-feira, 03/04, eles discutiram o cenário de direitos indígenas no Amazonas, a partir do diagnóstico feito pelas lideranças que estiveram reunidas na aldeia Sassaima, no município de Careiro de Várzea (a 23,4 quilômetros de Manaus), nos dias 1 e 2, durante o Encontro de Formação.

A análise considerou os conquistados a partir da Constituição Federal de 1988, as políticas públicas desenvolvidas desde então, principalmente no tocante à posse, usufruto e demarcação de territórios tradicionalmente ocupados, considerados base primordial para garantia de outros direitos como cultura, educação, saúde, segurança alimentar e espiritualidade.

Indígenas marcham nos dias 04 e 05 pelo direito à vida plena – Foto: Divulgação

No dia 1º de janeiro, como um dos atos inaugurais de seu governo, o presidente Jair Bolsonaro, assinou a MP 870, que transfere a competência para identificar, delimitar e demarcar as terras indígenas da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Agricultura. Além disso, o documento retirou a Funai da estrutura do Ministério da Justiça, deslocando-a para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Na avaliação dos organizadores e das lideranças indígenas participantes dos atos, a atual conjuntura provoca o desmonte do movimento indígena e, sobretudo, ameaça e viola os direitos e a própria existência dos povos indígenas.

O evento é organizado pelo Fórum de Educação Escolar Indígena do Amazonas (Foreeia) e Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), com apoio da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Serviço de Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya), Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua), Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares), Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena (Ceei/AM), Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (Sjpam), Prefeitura de Manaus e Governo do Estado do Amazonas.

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