Apenas entre janeiro e maio, o setor foi responsável por quase 6 mil novos postos de trabalho no estado
Manaus emplacou, nos seis primeiros meses de 2021, variação positiva de 154% no número de alvarás de construção, 61% no total de Habite-ses e 46% na análise de projetos de construção. O impacto destes resultados na arrecadação municipal foi extremamente positivo e bateu 181% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a prefeitura.
De acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), entre janeiro e maio de 2021, a indústria gerou ainda 5.998 postos de trabalho no estado. No mesmo período de 2020, os amazonenses tiveram saldo negativo de -1.757 empregos, conforme balanço mais recente da entidade. O Sinduscon-AM explica que a capital, Manaus, reúne majoritariamente os dados de geração destes postos de trabalho.
De janeiro a junho de 2021, a prefeitura expediu 443 alvarás de construção, contra 174 no mesmo período em 2020, o que representa alta de 154,6%. O volume de Habite-ses teve incremento da ordem de quase 61%, com 235 certidões emitidas em 2021 contra 146 em 2020. Com a entrada de novos processos na autarquia e mais celeridade nas tramitações, a partir da nova gestão, 1.965 projetos foram analisados – acréscimo de 46,2%, comparando com os 1.344 do ano anterior.
Foram 495.755,10 metros quadrados licenciados neste ano com alvarás de construção, contra 335.011,04 metros quadrados em 2020. Com as certidões de Habite-se, o município regularizou 376.475,97 metros quadrados de janeiro a junho de 2021, e no mesmo período do ano passado, foram regularizados 256.924,76 metros quadrados, representando saldo positivo de 46,5%.
“Manaus está mostrando aos investidores do Brasil e de fora que é possível ganhar dinheiro na capital amazonense de forma segura e sustentável”, destaca o diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Carlos Valente, acrescentando a atenção dada pelo município ao planejamento urbano da capital já nos seis primeiros meses de gestão.
O presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, sinaliza que, mesmo com o aumento no preço dos materiais de construção nos últimos 14 meses, a construção civil, tanto na capital quanto no estado do Amazonas, tem potencial para crescimento da ordem de 21% até o final de 2021.
“Julho é o 14º mês seguido de aumento nos preços, mas, por outro lado, temos uma taxa de juros baixa. Isso promove a execução de mais empreendimentos como um todo. Temos também os índices de mão de obra subindo. As contratações foram escalonadas positivamente desde 2018 até os primeiros meses de 2021”, analisa Souza.
E complementa: “A projeção da taxa Selic é crescente, de 2,5% para até 5,5%, mas nada que se compare aos 14,25% do ano de 2016. Por todos esses fatores, incluindo o da alta no número de licenciamentos urbanos nos seis primeiros meses do ano, se fizermos um bom balanço, 2021 será extremamente positivo para o setor”.
Confiança elevada
Os dados e a prospecção positiva para a construção civil em Manaus no ano de 2021 são reflexos de uma tendência nacional. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), cresceu 2,9 pontos e chegou a um total de 58,9 pontos no mês de junho. O índice vai de 0 a 100 e, quando passa da linha de corte de 50 pontos, indica que os empresários estão mais confiantes para investir no mercado.
Segundo a CNI, o resultado de junho mostra que a confiança do empresariado está se tornando mais forte e disseminada em todo o Brasil. Afinal, esse é o segundo aumento consecutivo do índice e consolida a reversão de um quadro desfavorável – a queda de confiança registrada desde o início de 2021 até o final de abril, devido aos efeitos da pandemia de Covid-19 na economia.
Mesmo com obras paralisadas e atrasos na entrega de empreendimentos, o setor da construção civil se beneficiou de outro fator inerente à pandemia: a procura por imóveis maiores e melhores, por pessoas que trocaram o escritório pela sala de casa durante os meses de isolamento social e, consequentemente, passaram a trabalhar remotamente.
Obras na pandemia
A própria gestão municipal também vem encarando o desafio de “construir” e deslanchar projetos, mesmo em meio à pandemia. Tanto que, no próximo mês de agosto, fará a entrega de 500 unidades habitacionais do Residencial Cidadão Manauara 2, executado com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), da Caixa Econômica Federal, dentro do programa Casa Verde e Amarela do governo federal.
A capital amazonense também lançou o programa Mais Manaus, com investimentos superiores a R﹩ 1,2 bilhão e 38 obras em áreas diversas. Segundo a prefeitura, o programa terá cinco etapas de execução com foco nos eixos comerciais, uso residencial, equipamentos comunitários, edificações, parques e praças. O pacote prevê a geração de quase 60 mil vagas de trabalho, direta e indiretamente.
Em paralelo, a prefeitura já lançou o programa Casa para Todos, cuja meta é a construção de mais de 5 mil unidades habitacionais de interesse social em diversos bairros e a oferta de pequenos lotes.
