A candidata a presidente pelo PSB Marina Silva se vê, mais uma vez, diante de um imbróglio envolvendo o avião Cesnna, no qual viajava Eduardo Campos. São, entre outras, questões jurídicas sobre quem é o dono do avião e o PSB terá que apresentar documentos para justificar o uso da aeronave.Se o partido não explicar como pagou as despesas com o avião, avaliadas em pouco mais de 1,2 milhão de reais, poderá configurar-se crime eleitoral e abuso de poder se os comprovantes não foram emitidos pelo Comitê Financeiro da Campanha. Na entrevista ao Jornal Nacional do dia 27, o apresentador William Bonner – considerado “ser incisivo” – tentou explorar o tema sustentando que Marina fala em nova política, utilizando-se do mesmo argumento de sua adversária petista e da turma do ex-presidente Lula, “de que não sabia de nada”.
A situação do avião está sendo investigada pela Polícia Federal, mas já se cogita entre o eleitorado brasileiro sobre a possibilidade de Marina se tornar inelegível por abuso de poder. A coordenação de campanha da presidente Dilma Rousseff não descarta dessa possibilidade, já que Marina fora da corrida ao Planalto facilita a reeleição da presidente.
Entretanto, se o PSB não apresentar documentação exigida pela Justiça Eleitoral, espera-se, sobretudo, coerência, juízo, de seus adversários reconhecendo que Marina Silva não tem responsabilidade sobre avião de Eduardo Campos, considerando-se que o avião usado por Campos era de responsabilidade do comitê de campanha do ex-governador de Pernambuco e que já foi extinto com a sua morte.
*Garcia Neto é sociólogo, professor e jornalista.
