Mil venezuelanos votam contra o governo Maduro em SP

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SÃO PAULO. A maioria dos venezuelanos que vivem em São Paulo votou, neste domingo, contra a reforma constitucional proposta pelo presidente Nicolás Maduro. Um grupo de imigrantes voluntários organizou a própria votação do plebiscito informal, atraindo 1.005 venezuelanos que vivem na capital paulista para o espaço Matilha Cultural. Dos que votaram, 99,6% (mil venezuelanos) votaram contra o governo em todas as propostas de emenda à Constituição.


Mesmo sem efeito oficial, o objetivo do plebiscito era mostrar a alta rejeição da população à formação de uma Assembleia Constituinte, que pode redigir uma nova Constituição e alterar as instituições do Estado.

Na Venezuela, 98,4% dos 7,2 milhões que compareceram às urnas votaram contra o projeto de reforma da Constituição. O plebiscito apresentou três questões aos votantes: se rejeitavam a Assembleia Constituinte, se queriam que a constituição vigente fosse defendida pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e se desejavam a realização de eleições presidenciais antes do fim do mandato de Maduro, que termina em 2019.

— Estou surpresa com a quantidade de gente que veio ontem. São Paulo é muito particular, é uma cidade muito grande, as pessoas não estão muito ativas nesse assunto quando organizamos alguma manifestação. Se marcamos algo na Avenida Paulista aparecem, no máximo, 60 ou 70 pessoas. Ontem foram mil, algo incrível para nós. Temos um grupo no Facebook e um mailing para aqueles que não gostam de redes sociais. Essas organizações também divulgam nas paginas deles — relatou nesta segunda-feira a advogada Blanca Montilla Medeiros, uma das coordenadoras da consulta realizada em São Paulo.

Blanca, que vive no Brasil há mais de 20 anos, afirmou que nenhum dos votantes do município votou “não” para as três perguntas. No entanto, cinco deles votaram não para ao menos uma das questões: três foram contra a ideia de convocar as forças armadas para defender a constituição. Para organizar a votação, eles seguiram instruções da Associação de Venezuelanos do Mundo e do grupo Sem Mordaça, responsáveis por unificar as campanhas em todo o mundo.

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— Nós já tínhamos um contato de outros eventos organizados. Esta luta não é de ontem, já é de alguns anos. Seguimos a agenda que eles dão para eventos que são organizados fora da Venezuela. As redes sociais cumpriram um papel super importante. É um pouco de boca a boca — explicou.

Qualquer venezuelano acima dos 18 anos e portando RG da Venezuela ou passaporte poderia votar. Com a ajuda das organizações para divulgar, Blanca relata que muitos dos presentes eram turistas que estavam a passeio no Brasil. A advogada acredita que o Estado de São Paulo concentra a segunda maior quantidade de imigrantes do país, atrás apenas de Roraima, pela proximidade com a fronteira.

Segundo dados recentes do Ministério da Justiça, de janeiro até a primeira semana de maio de 2017 foram registrado 8.231 solicitações de refúgio de venezuelanos no Brasil.

Fonte: EXTRA

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