Moro mostra forte interesse pessoal pelo caso Ronaldinho. Por que?

Moro telefona a autoridades paraguaias para acompanhar caso de Ronaldinho - foto:arquivo/montagem

Quando entrou em contato com o ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo, para pedir a ‘cortesia’ de tirar Ronaldinho Gaúcho da prisão (assim mesmo, sem mais nem menos), Sergio Moro demonstrou que tem forte interesse pessoal pelo caso Ronaldinho.


A dúvida agora é: por quê?

A resposta não está na mesa, mas um fio desencapado da Lava Jato torna a questão mais interessante.

É que Ronaldinho entrou no Paraguai (com documentos falsos) a convite de um empresário que Moro conhece de longa data.

Enquanto juiz de uma vara criminal especializada em lavagem de dinheiro, situada justamente na tríplice fronteira, Moro cruzou com a história de Nelson Luiz Belotti dos Santos.

Belotti surgiu no noticiário sobre a Lava Jato (pelo menos) em 2015. A própria força-tarefa de Curitiba tinha o empresário como suspeito de participar do grande esquema de lavagem do doleiro Alberto Youssef. O ex-senador José Janene, do PP, seria um dos políticos beneficiados.

Ocorre que, por razões desconhecidas, a Lava Jato – que já quebrou o sigilo das contas de Belotti – decidiu não avançar sobre a investigação.

Apesar de ter recebido, de maneira suspeita, 24 milhões de reais em suas contas, e de ter repassado quase meio milhão de reais para outra, vinculada a Youssef – e que teria Janene como destinatário final – Belotti foi poupado de qualquer denúncia oficial ou apuração mais aprofundada. A informação foi dada pelo jornal O Globo. E uma busca no sistema da Justiça Federal do Paraná endossa que não há processos com o nome do empresário.

Hoje Belotti é dono do cassino Il Palazzo, localizado no hotel (Hotel Resort Yacht y Golf Club Paraguayo) em que Ronaldinho estava inicialmente hospedado.

O jogador, que teve pedido de prisão domiciliar negado nesta terça (10), participaria de uma ação social a convite da Fundação Fraternidade Angelical, que contaria com apoio de Belotti. Artigo do GGN explora a hipótese de que os negócios de Belotti sirvam para lavagem de dinheiro. Veja aqui.

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