Não se surpreenda(Por Flávio Lauria)

Professor Flávio Lauria(AM)
Professor Flávio Lauria(AM)
                                                          Professor Flávio Lauria(AM)

Antigo, querido e ilustre amigo me liga no final da noite desta terça-feira, e eu sem um tema concreto para escrever esta semana, apesar de inúmeros fatos acontecidos, inclusive o julgamento do impeachment da presidente. Fato histórico realmente, Mais ele não queria falar só disso, coisa de mais de quarenta minutos ao telefone. Motivo: relatar-me seu desencanto com fatos e pessoas cujos passos vem acompanhando. Desde logo, com os estragos que a luta pelo poder causa em certas pessoas. Quase em lágrimas, me disse estar definitivamente decepcionado com a política, na qual, como tristemente recém acaba de se dar conta, tudo é possível.
Como exemplo justificativo de seu desalento, citou os noticiados entendimentos em curso entre partidos de antagônicas ideologias em troca de uma fatia de poder. Referindo-se a pessoas, citou, vários políticos locais e nacionais. Mais o amigo verbalizou: deu ênfase especial à opinião que um candidato do PT emitiu em defesa da correção de um ex-governador amazonense. Opinião segundo a qual nada existe contra a honorabilidade do político, eis que até aqui, por mais que tenha sido atacada nada ficou provado em tal sentido… Evidente que concordei plenamente com tudo o que o amigo dizia, principalmente nas alianças feitas para as eleições de outubro próximo, com coligações partidárias cujos reclamos ja há alguns anos partem de diversos setores da sociedade.


Apesar das promessas, nem o governo se preocupou em encaminhar uma proposta para o Congresso nem o Congresso teve a ousadia de tomar a dianteira no processo de reformar politicamente o País. Diante do desencanto do antigo parceiro de jornadas etílicas e procurando evitar que ele continuasse se afogando num atoleiro de pessimismo, sugeri-lhe que se tornasse sócio do clube “Nào se surpreenda”. Explico: referido clube, fundado na mesa de bar ou cafeteria – coisa de intelectuais –, não cobra jóias, nem mensalidades, nem tem estatutos. Seus associados devem apenas assumir este compromisso: não se surpreenderem com nada que aconteça neste mundo.

Cumpre apenas ficarem, se vacinarem contra todo tipo de ocorrência e comportamentos imprevistos, sejam eles quais forem. Assim, ainda quando vierem a topar com a notícia de que Eduardo Cunha foi transformado em candidato único de uma coligação de todas as correntes partidárias do Brasil. Ou que Donald Trump entrou para uma Congregação Mariana. Ou que  o papa Francisco entrou para a Escola de Samba dos Bambas da Orgia, que a Lei de Responsabilidade Fiscal é seguida fielmente inclusive pelos Tribunais, que o Prefeito do Rio ao entregar uma casa pede para que a dona trepe muito no quarto.

Tratei de consolá-lo com a lembrança de que, em se tratando de jogadas políticas, tudo se pode esperar. Não sei se consegui apaziguar o amigo com a realidade, menos ainda convencê-lo a filiar-se ao clube que serve de título deste texto. Mas fiz o que pude. Afinal, amigo é para essas coisas.(Flávio Lauria é Professor Universitário e Consultor de Empresas – [email protected])

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