O preço combinado da gasolina em Manaus varia de acordo com o “clima”

Posto Atem, na Zona Norte de Manaus

O preço da gasolina vem variando de acordo com a temperatura do dia ou da ganância dos donos de postos de combustível em toda a Região Metropolitana de Manaus. Não existe um marco regulatório ou controle sobre o preço para o setor na capital amazonense.


E quando resolvem subir os preços dos combustíveis, são todos de uma vez, em uma ação combinada, em uma reação em cadeia, que desemboca nos bolsos dos atônitos proprietários de veículos.

A gasolina, que no início da semana custava R$ 3,95 a R$ 3,98 em “todos” os postos de Manaus, hoje foi visto ao preço “promocional” de R$ 3,69 na Avenida das Torres e próximo da Colônia dos Japoneses.

Esse mesmo preço, R$ 3,69, já era cobrado a meses na cidade de Iranduba e no Cacau Pireira, cidade localizada do outro lado da ponte sobre o Rio Negro. Sem nenhuma explicação ou anuncio da Petrobrás, os proprietários dos postos sobem ou descem os preços dos combustíveis do jeito que lhes convém. Até hoje, nenhuma investida do poder público surtiu efeito.

Recentemente, o vereador Mário Frota tentou emplacar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), mas não obteve êxito. Não saiu da intenção, foi morta no nascedouro.

O envolvimento de donos de postos em esquema de cartel em Manaus, não é novo. Em 2003, a Polícia Federal (PF), desmontou um esquema de cartel na venda de combustível, com o juiz federal José Airton de Aguiar portela mandando 13 para a prisão. Entre os réus, estava o deputado estadual Abdala Fraxe (PTN), que na época era diretor do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Amazonas (Sindcam) e dono de postos. Estão todos soltos, ainda cabe recursos.

Em abril de 2015, o Programa Estadual de Proteção e Orientação ao Consumidor (Procon-AM), fez uma pesquisa em 32 postos de gasolina de Manaus e constatou que em 31 deles, o valor da gasolina comum era vendido pelo mesmo preço: R$ 3,59, na época. Mesmo assim, o Sindcam, jura que que não existe “cartel” em Manaus.

Em 29 de setembro desse ano, a Petrobrás anunciou o aumento de 6% na gasolina e 4% no diesel. O anúncio foi feito dia 29, mas os postos em Manaus já estavam cobrando o novo percentual menos de 24 horas depois da autorização. E sempre todos juntos, com o mesmo valor, em uma espécie de ação combinada. Nesse mesmo mês, a média do litro da gasolina na bomba, estava em R$ 3,68 a R$ 3,72, dependendo da Zona da cidade.

Ação combinada de preços em todos os postos de bandeiras diferentes, na Região.
Ação combinada de preços em todos os postos de bandeiras diferentes, na Região.

No final de outubro, sem dar a mínima para os órgãos de fiscalização, a gasolina em Manaus chegou a R$ 3,95 em todos os postos da cidade. Talvez tenha sido em resposta à ameaça de CPI, que o vereador Mário Frota tinha anunciado.

Pior, acontece no município de Itacoatiara, que é cobrado R$ 4,35 o litro. Em Tabatinga o litro chega a R$ 4,92 e no município limítrofe, Letícia, na Colômbia, a gasolina brasileira custa R$ 2,66 sem misturas e sem componentes. Um detalhe: Itacoatiara está a 260 Km de distância da distribuidora (Manaus). Tabatinga e Letícia ficam a 1.108 Km da capital e da fonte de abastecimento.

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