PA: Padre pode ter sido afastado por engravidar fiel

Não é exagero dizer que um tsunami atingiu a Igreja Católica em Belém, nos últimos dias. No final da tarde da última quarta-feira (28), a Basílica Santuário de Nazaré divulgou, em sua página no Facebook, uma nota, informando que o padre Geffison Silva, 32 anos, tinha sido afastado de suas atividades para descanso e renovação espiritual”. Era o início da onda que desabaria sobre a Igreja. Em poucos minutos, o assunto já estava sendo comentados por milhares de fiéis nas redes sociais.


Quem é padre Geffison Silva?

Às 13h20 do dia seguinte (quinta-feira, 28), o DOL publicou a notícia do afastamento do padre. A reportagem não trazia nenhuma informação além da notícia que a própria Basílica de Nazaré divulgara um dia antes. Mesmo assim, a onda ganhou ainda mais força.

Na página no Facebook, a matéria teve – naquele dia – mais de 1.180 compartilhamentos. E foram justamente esses comentários de fiéis que acompanham o trabalho do padre, que começaram a transformar a onda num tsunami.

A POLÊMICA

A blogueira Franssinete Florenzano detonou a bomba que transformaria a onda em tsunami. Em seu blog, ela escreveu que, contra o padre, havia “a acusação de ter engravidado três fiéis”. E disse mais: “Uma das crianças já nasceu e duas estão nos ventres maternos”.

O barulho nas redes sociais ficou ainda maior. Na página do DOL no Facebook, 603 pessoas já tinham comentado a notícia do afastamento do padre de suas funções. A maior parte dos comentários pede a volta do padre e elogia o seu trabalho à frente da Igreja (veja box abaixo). O fato é que se tornou fundamental esclarecer o que, realmente, aconteceu ao padre Geffison Silva.

RESPEITO

Na tentativa de entender e explicar à comunidade religiosa de Belém todo esse episódio, o DIÁRIO fez uma profunda reportagem, ouvindo diversas pessoas de várias áreas, incluindo a Igreja. Os depoimentos apontam para um caso sério e que merece ser tratado com cautela e respeito: o padre Geffison Silva teria, ao menos, um filho. E haveria, ainda, uma mulher grávida, esperando um bebê do religioso. Estava definitivamente formado o tsunami que engoliu a Igreja Católica em Belém nos últimos dias.

DEPOIMENTOS

Depoimentos de diversas pessoas ouvidas pelo DIÁRIO contradizem a nota oficial divulgada pela Basílica de Nazaré para justificar o afastamento repentino do padre Geffison. Temendo represálias da Igreja e de outros fiéis, todos os entrevistados só concordaram em falar sob a garantia de terem seus nomes preservados. Um funcionário da própria Basílica fez uma revelação forte. Segundo ele, já era de conhecimento da direção da Igreja que o padre Geffison tinha um afilha, que nasceu há cerca de 1 ano. “A mãe dessa criança é uma moça que também trabalhava na Basílica”, afirmou o entrevistado, que passou o nome da mulher ao DIÁRIO, cujas iniciais são N.S. (o Diário optou por não revelar o nome, por respeito aos envolvidos).

O DIÁRIO enviou mensagens para N.S. por meio do Facebook, mas não obteve resposta. Mas há um fato intrigante: em sua página na rede social, N.S. deletou todas as fotos que tinha publicado com sua filha, uma menina de aparentemente 1 ano.

De acordo como funcionário da Basílica, no início de outubro do ano passado – poucos dias antes do Círio de Nazaré -, o conselho da igreja se reuniu para tratar de outra situação de Geffison. “Eles tinham ficado sabendo que o padre havia se relacionado com outra moça e que ela estava grávida”, disse. Essa mulher seria uma fotógrafa que trabalhava nos eventos comandados pelo padre Geffison. Com a nova notícia, os líderes da Basílica decidiram afastar o padre, o que não seria tarefa simples, devido ao carisma de Geffison.

OUTRAS FONTES

Todas as pessoas ouvidas pelo DIÁRIO deram depoimentos semelhantes ao do funcionário da Basílica. Um segurança do local declarou que “todos na Igreja ficaram arrasados com a notícia da gravidez dessa moça”. Um dos líderes do Grupo Juventude Nazarena afirmou que Geffison já tinha sido até procurado por um oficial de Justiça. “O padre foi intimado num processo de reconhecimento de paternidade e de pagamento de pensão alimentícia”, contou o rapaz ao DIÁRIO.

Segundo essa fonte, após fazer exame de DNA e ficar comprovado que Geffison realmente era o pai da bebê, a Igreja decidiu afastá-lo. Há, ainda, outra pessoa que afirmou que Geffison já teria até um filho adolescente, de 14 anos, de uma relação que ele tivera aos 18 anos, antes mesmo de entrar para o Seminário, e que esse caso já era de conhecimento da Igreja.

(Diário do Pará)

 

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