Produtores e pecuaristas das fazendas de Boca do Acre, a 1.028 quilômetros de Manaus, denunciaram as invasões às propriedades particulares do município. Os relatos foram apresentados pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, ao líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), deputado estadual Sidney Leite (PROS), que esteve na cidade, no último dia 07, participando da 3ª Exposição Agropecuária de Boca do Acre (ExpoBoca).
Segundo o presidente da FAEA, as fazendas invadidas são produtivas e possuem pessoas morando. Lourenço destacou que um grupo formado por representantes da federação, do sindicato, da prefeitura de Boca do Acre e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (SDS) irá esta semana ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) para solicitar medidas judiciais, como a reintegração de terra, para tentar minimizar a situação. “Há um mês iniciou essa onda de invasão nas fazendas e isso está tirando a tranquilidade e deixando a população insegura. Isso pode gerar um prejuízo econômico muito grande uma vez que todas as fazendas são produtivas.
Na manhã de ontem (10), na Aleam, Sidney Leite destacou a preocupação dessas pessoas que, também, estão buscando informações junto ao programa Terra Legal, do Governo Federal. “Essas propriedades são áreas que geram emprego e renda, direta e indiretamente. E é preciso que haja uma articulação de forma política para tentar solucionar esse problema”.
O parlamentar ressaltou que irá encaminhar um requerimento a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), a fim de garantir um trabalho em conjunto, das polícias civil e militar, para que esse processo não se agrave e gere um conflito agrário na região. “Até porque, quem tem sua área, não quer perder para um invasor. Essa é a grande preocupação dos pecuaristas e produtores”.
O município de Boca do Acre possui 365 mil cabeças de gado e é o maior produtor e exportador de gado do Amazonas, sendo a pecuária responsável por 85% da economia do município. “A gente pode ver a qualidade da cadeia produtiva tratada com diferencial. É um padrão a nível nacional e vemos isso também nos investimentos dos produtores quanto a uso de novas tecnologias”, comentou Leite.
De acordo Muni Lourenço, a produção de Boca do Acre é referência, também, em genética, com produtores conscientes que vem contribuindo para a produção de carne e leite ecologicamente sustentável. Segundo ele, a necessidade de trabalhar as restrições das áreas de exploração, uma vez que é preciso preservar a floresta, faz com que os produtores se adequem, dessa forma, melhorando a genética do rebanho. Os bezerros são exportados para outras regiões do país. De janeiro a maio deste ano, foram exportados 988 bovinos para abate e 5.924 para engorda.
