O idioma da primeira globalização colonial capitalista e o idioma da poesia Lírico-Profana do cancioneiro medieval!
No ano 218 a.C., o império romano desembarcou na península ibérica. Este desembarque fez parte da segunda guerra púnica, na qual o imperialismo escravocrata derrotou os Cartagineses. Junto com sua máquina de guerra, o império romano levou o Latim e o impôs aos povos conquistados, exceto aos Bascos, que resistem até hoje ( Viva o ETA! ).
O Galego-Português surgiu neste contexto e como uma forma de expressão do Latim na península ibérica.
Nos séculos V, VI e VII a península foi invadida pelos povos germânicos, especialmente Suevos, Alanos , Godos e Vândalos. Estes povos ampliaram o vocabulário do Galego ou Galaico- Português. No século VIII, em 711, os árabes muçulmanos conquistam a península ibérica , incluindo a Lusitânia e a Gallaecia.
Novos termos, oriundos da língua Árabe, são acrescidos ao Galego-Português. Do século VIII ao XIII, a luta pela Reconquista dá origem ao primeiro Estado Nacional Capitalista: Portugal! Neste momento, a língua portuguesa separa-se do galego e torna-se a língua oficial deste novo e pioneiro Estado. Depois, Portugal cria sua política imperialista, chamada mercantilismo, e invade a América e a África, iniciando as globalizações ou as guerras de rapina do capitalismo.
O primeiro documento oficial deste novo idioma é o Testamento de D. Afonso II, datado de 1214. Junto com ele, as Cantigas de Santa Maria, de Afonso X, o Sábio (1221-1284), rei de Castela e de Leão, de 1252, são escritas numa língua complexa, que tem por base os falares da Galícia e do Norte de Portugal- o Português, Assim, mesmo sendo a língua do colonialismo europeu na África e na América, a língua portuguesa é também a que registrou a poesia lírico -profana dos Cancioneiros medievais. É a língua do primeiro imperialismo e da primeira expressão da poesia moderna.
Camões uniu as duas coisas: com sua poesia épica das conquistas portuguesas, com a reinvenção da epopeia clássica, uniu lirismo e imperialismo e inventou uma poética do genocídio. Mas, apesar de tudo, nesta data simbólica, vamos pensar sem preconceitos os 800 anos da Língua do Condado Portucalense, língua oficial do nosso povo brasileiro!
O seminário sobre os 800 anos da língua portuguesa acontecerá dia 30 de julho, das 17 às 20 horas, no auditório da Faculdade de Direito. PARTICIPE! É a língua portuguesa das centrais sindicais e dos trabalhadores!
Por José Ribamar Mitoso
