Sindicato denuncia paralisação dos serviços de atendimento na Suframa

Representantes do SINDFRAMA, reunidos com Corecom e Fieam/Foto: Divulgação
Representantes do SINDFRAMA, reunidos com Corecom e Fieam/Foto: Divulgação
Representantes do SINDIFRAMA, reunidos com Corecom e Fieam/Foto: Divulgação

O presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa (Sindframa), Anderson Belchior, informou, hoje (19), que os serviços de atendimento às empresas na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) estão, praticamente, paralisados por falta de pessoal especializado e gestão efetiva, informação passada em reunião realizada, hoje, quinta-feira, com membros do Conselho Regional de Economia (Corecon/AM) e da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam).
Atualmente, o órgão está sendo administrado pelo superintendente interino, Gustavo Igrejas, que assumiu o cargo com a saída do titular no dia 6 de novembro do ano passado, o atual secretário estadual de Planejamento Thomaz Nogueira. Belchior afirmou que o atual gestor não tem autonomia para tomar decisões na autarquia o que tem comprometido o andamento dos serviços no órgão.


Por outro lado, o sindicalista ressaltou que antes, mesmo, da saída de Thomaz Nogueira, a Suframa já estava abandonada politicamente e administrativamente pelo governo federal. Ele citou como exemplo da paralisação dos serviços da autarquia, o período para a análise de novos projetos de instalação de empresas no Polo Industrial de Manaus (PIM) que, pela legislação, deveria ser 120 dias (três meses), mas vem ocorrendo em, no mínimo, oito meses.

“Uma das principais   causas da demora na análise dos projetos  industriais é o número de economistas responsáveis por esse trabalho. Dos 70 servidores especialistas na área econômica para trabalhar nesse serviço, aproximadamente, 60 estão deslocados para outras funções administrativas. Outro exemplo da estagnação dos trabalhos na Suframa é a reunião do CAS (Conselho Administrativo da Suframa) que não ocorre há mais de oito meses”, declarou Belchior.

Ele  afirmou também que, atualmente, o órgão sofre com um problema de esvaziamento de servidores que pedem exoneração do cargo por  falta de perspectiva de remuneração e ausência de condições de trabalho. A Suframa tem cerca de 700 funcionários em todo o Estado. “Um servidor que inicia a carreira com um salário de R$ 5 mil precisará de pelo menos 25 anos para chegar ao patamar de R$ 9 mil. É claro que na maioria dos casos, o servidor abandona a instituição e a Suframa vai ficando cada vez mais esvaziada com dificuldades de fazer seu principal papel, que é atuar no desenvolvimento da região”, disse Anderson Belchior.

Corecon/AM aponta para colapso

A denúncia do Sindicato dos Servidores da Suframa sobre a paralisação da autarquia e a demora na análise de projetos para a implantação de novas empresas no PIM preocupou o presidente do Corecon/AM, Marcus Evangelista. Segundo ele, a produção industrial do Amazonas já passa por uma grave crise em virtude das medidas de austeridade adotadas pelo governo federal, obrigando muitas empresas a fecharem suas portas.

Com esse tipo de burocratização para a implantação de novas indústrias, Marcus Evangelista afirmou que a tendência é que o Polo Industrial entre em colapso. “Estudos já apontaram que a taxa de natalidade de indústrias está em constante queda nos últimos. O governo local e o governo federal precisam deixar a questão política de lado e tomar providências urgentes, caso contrário veremos mais empresas fechando e a consequência disso é mais pessoas desempregadas”, afirmou.

Vice-presidente da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, que também é vice-presidente do Corecon/AM, afirmou que não somente os novos empresários passam por dificuldades de atendimento na Suframa, mas também os donos das industriais já implantadas no PIM enfrentam problemas para terem demandas simples atendidas pela autarquia. “Um empresário não tem mais tempo para esperar por um atendimento burocrático. Infelizmente, se não forem adotadas medidas concretas para a reformulação da gestão da Suframa, teremos mais empresas deixando nosso Estado”, alertou Azevedo.

Também estiveram na reunião sobre os problemas da Suframa, o Conselheiro do Corecon/AM e funcionário da superintendência, Marcelo Pereira, além  do conselho federal de Economia, Erivalder Lopes. Todos se comprometeram em levar um documento relatando as demandas da autarquia para o Governo do Estado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e a bancada de parlamentares do Amazonas no Congresso.

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