Velho e velhice – por Flávio Lauria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

Aproveitando um desabafo e um texto irretocável de meu amigo Gilvan Seixas, escrito no Facebook, sobre a idade, ouso também fazer um artigo sobre o tema.


O título Velho e velhice, soa como palavras de conteúdo e peso psicológico terríveis, sobre a mente humana, em particular do idoso que se acostumou a vê-la, ouvir e chegar. Envelhecido e sem condições físicas de desfrutar na sua totalidade da recompensa, já se considera velho, e essa velhice cria-lhe problemas diuturnos e crescentes. Outro dia fui abordado por um amigo de longas datas, com esta pergunta: Você se considera um velho? Pasmei por alguns instantes e o respondi que não, visto que a vida é linda e a velhice não é coisa inesperada é o resultado das mais diversas fases da sua existência desde o nascimento, crescimento, até chegar à idade adulta, mesmo se notando na nossa face, todas as manhãs, sinais inexoráveis da marcha do tempo refletido através de um espelho.

No meu conceito de velhice, assim me expresso: “Você é velho quando se renova a cada dia, quando tem projetos e olhos postos no horizonte, quando seu calendário tem manhãs e quando tem as rugas marcadas pelo sorriso”. Assistimos, nos dias atuais, ao homem que, no maior dos desafios, civilizosou-se, e, pela evolução do seu saber, conhece a si mesmo. Dentro dos seus conhecimentos, conseguiu dominar os fenômenos da natureza, culminando com a conquista do espaço sideral, controle das doenças após estudos das mais diversas áreas do corpo humano, chegando a um limiar, onde transplantes de órgãos têm salvado muitas vidas. A descoberta do genoma humano é o máximo dessas descobertas, quando é possível se conhecer o que passa no interior das células que formam nosso universo corporal.

Na área da Odontologia, já se acha em andamento a preparação de profissionais para executar a Odontogeriatria, especialidade da Odontologia que especificamente cuidará da saúde do velho, tanto no campo reabilitador como cirúrgico e protético, referindo-se, ainda, à Odontologia, já se vislumbra a utilização de células-tronco, capazes de diferenciar em qualquer tecido do organismo, extraídas do próprio paciente, para criar, em Laboratório, um tecido que daria origem a um dente completo, através de uma pequena cirurgia e nas gengivas se colocaria por meio de anestesia local estas células, e dentro de alguns meses, um novo elemento dental surgiria com estruturas completas fixadas na maxila ou mandíbula e vasos sanguíneos capazes de irrigar o elemento dentário. Estes testes tiveram sucesso em camundongos, e com isto é um caminho promissor para serem aplicados em seres humanos, pois é o que afirma o jornal britânico The Guardian.

Mesmo assim, esse homem sábio de conhecimento, desgraçadamente ainda sofre ao invés de regozijar-se na última fase da vida cheia de problemas diários pelo estresse que é acometido, vivendo um calvário de tensão imposto por uma sociedade mercantilista, ao inverso dos nosso antepassados que formavam populações isoladas e que sobreviviam por meio de hábitos saudáveis e por isso viviam mais esperando a morte dentro de um limiar de tolerância e não culminando com estado mórbido, como se vê na geração nossa. Enfim, viver é envelhecer. A cada instante insensível e irreversivelmente à ação do tempo vai se fazendo sentir sobre o organismo humano, construído na época da concepção, do crescimento e do desenvolvimento.

O tempo passa pela ação deletéria a partir de certa idade. O efeito é o encurtamento da existência a não ser que medidas preventivas sejam tomadas, se não para evitar tal desfecho, pelo menos para ampliar a expectativa de vida. Faço o presente artigo na data em que passo a ser chamado de velho, no dia de meu aniversario, dez de julho.

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