‘Genocídio asqueroso’ é o primeiro crime a levar Bolsonaro ao xilindró

Bolsonaro genocida asqueroso - recorte/montagem/artigo

‘É de genocídio e crimes contra a humanidade que se fala quando se pesquisa a atuação de Bolsonaro no que diz respeito aos indígenas’, diz Eduardo Guimarães


Há hoje uma disputa surda entre os crimes de Bolsonaro; consiste em saber qual deles levará o ex-presidente a ver o sol nascer quadrado primeiro. Nesse aspecto, acaba de surgir um crime “preferido” para fazer justiça antes contra um homem que desmoraliza a espécie.

A British Broadcasting Corporation (Corporação Britânica de Radiodifusão, mais conhecida pela sigla BBC) é a maior e mais respeitada corporação pública de rádio e televisão do mundo. E sua sucursal brasileira acaba de marcar um golaço.

A ideia da BBC foi genial e simples, como quase toda ideia genial. Consistiu em pesquisar através da Lei de Acesso a Informação (LAI), tão desrespeitada no governo Bolsonaro, se houve mesmo um aumento das mortes de yanomamis durante o governo passado.

O resultado foi estarrecedor e literalmente macabro, potencialmente indutor de uma condenação mais do que previsível de Bolsonaro pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, na Holanda.

Antes de prosseguir, vale explicar que o que motivou a criação do TPI foi combater e punir crimes contra os Direitos Humanos. Esse tribunal é competente somente para os crimes mais graves cometidos por indivíduos: genocídios, crimes de guerra e crimes contra a humanidade em geral.

E é de genocídio e crimes contra a humanidade que se fala quando se pesquisa a atuação do governo Bolsonaro no que diz respeito aos povos originários, entre outras vítimas do bolsonarismo.

Genocida asqueroso

A boa notícia, para quem quer impedir a impunidade de um genocida asqueroso como Jair  Messias Bolsonaro, é que acaba de surgir prova inquestionável de que ele cometeu esses crimes, o que deve levá-lo para a cadeia antes de outros crimes graves que perpetrou.

O número de mortes por desnutrição de indígenas da etnia yanomami aumentou 331% nos quatro anos do governo Bolsonaro em comparação com os quatro anos anteriores. Esse dado pode ser facilmente encontrado através da Lei de Acesso a Informação.

Segundo foi apurado entre 2019 e 2022, 177 indígenas do povo yanomami morreram por algum tipo de desnutrição — os dados são do Ministério da Saúde. Nos quatro anos anteriores, foram 41 mortes.

Detalhe: o crescimento pode ser ainda maior, porque os dados referentes a 2022 ainda estão sendo contabilizados.

Os dados liberados pelo Ministério da Saúde mostram a quantidade e as causas das mortes registradas nos Distrito Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), órgãos responsáveis pela saúde dos povos originários. As informações vão de 2013 a 2022.

Em 2013 e 2014, ainda no governo Dilma, as mortes de yanomamis por desnutrição totalizaram oito (2013)  e seis (2014). São casos isolados em um patamar compreensível devido ao isolamento em que vive essa etnia.

Somando as mortes nos quatro anos seguintes (2015 a 2018), nos governos de Dilma (2015) e Temer (2016, 2017 e 2018), o total foi de 41 mortes. Nos quatro anos seguintes, já sob Bolsonaro, o número subiu a (pelo menos) 177 — número deve aumentar bastante quando dados de 2022 forem totalmente tabulados.

O salto no número de mortes por desnutrição entre os yanomami ocorrido já no primeiro ano do governo Bolsonaro, 2019, impressiona: em 2018, foram sete mortes registradas por alguma forma de desnutrição. No ano seguinte, esse número aumentou para 36 (!).

Em 2020, o número saiu de 36 para 40 e atingiu um pico em 2021, quando 60 indígenas yanomami morreram por algum tipo de desnutrição. Ou seja, em três anos de Bolsonaro, a morte de indígenas por desnutrição subiu quase dez vezes.

Em 2022, sempre lembrando que nesse ano os dados ainda estão sendo totalizados, o número de mortes por desnutrição já chega a 40.

Não existe defesa possível para Bolsonaro contra povas dessa magnitude. Está provado que, em seu governo, houve política de Estado que promoveu o genocídio de uma etnia.

E se fossem necessárias mais provas, elas abundam. Bolsonaro tomou medidas como liberar garimpo ilegal naquelas terras e sua trajetória política é marcada por ameaças e discursos de ódio contra os povos originários, sobretudo contra os yanomamis.

A descoberta dessa bomba obriga o Brasil a se mexer para condenar e punir Bolsonaro logo para não ficar a reboque de um Tribunal Internacional que vai priorizar a condenação dele devido à fartura de provas de que promoveu genocídio contra a Nação Yanomami.

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

 

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