Grupo Tapajós converte 1,5 tonelada de fardamentos recicláveis em oportunidades

Foto: Reprodução

Quando se fala em combate à poluição, é comum pensar na redução da emissão de carbono ou na substituição de plásticos, mas outro vilão do meio ambiente é o tecido, especialmente os sintéticos, como poliéster e viscose. Atualmente, o Brasil descarta mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis por ano, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).


Em Manaus, porém, uma iniciativa socioambiental do Grupo Tapajós, líder no segmento farmacêutico do Norte, vem tentando mudar essa realidade. Trata-se do projeto Tecendo Vidas, que transforma uniformes velhos em novas oportunidades para famílias carentes da cidade.

O trabalho é feito em parceria com o Centro de Formação Vida Alegre, uma organização da sociedade civil (OSC), sem fins lucrativos, que desenvolve vários projetos educativos e de geração de renda a pessoas em vulnerabilidade. Este ano, foi doada uma tonelada e meia de tecidos em bom estado de uso para reciclagem.

“A parceria surgiu da vontade de dar um destino melhor aos fardamentos usados da empresa, material que antes era incinerado. Buscamos várias instituições que pudessem recolher e reutilizar essas roupas. Encontramos o Vida Alegre que, assim como nossa empresa, se preocupa em mudar o futuro, e atua junto à comunidade através de projetos que geram renda e promovem a educação a famílias carentes”, explica a gerente de recursos humanos do Grupo Tapajós, Rosane Farias de Sousa.

Ela comenta ainda que, neste ano, além dos fardamentos para reciclagem, a empresa irá doar 155 jalecos “em perfeito estado de uso” ao Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), para atender alunos dos cursos de técnico em Estética, Enfermagem e áreas correlatas à saúde. “É mais uma forma de ampliarmos o alcance da nossa ação, unindo cuidado com o meio ambiente e atuação social”, ressalta a gerente.

Segundo a fundação britânica sustentável Ellen Macarthur, a cada segundo, o equivalente a um caminhão de lixo carregado de roupas é queimado ou descartado em aterros sanitários pelo mundo. É esse também o destino de boa parte dos uniformes que são descartados por empresas, o que acaba contribuindo para a poluição ambiental através da emissão de gás carbônico lançado por tecidos com fibras sintéticas, após a combustão.

Alcance social

Em novembro do ano passado, quando o projeto realizou a primeira edição, foi doada uma tonelada de tecidos para o Centro de Formação Vida Alegre. O coordenador de projetos da organização, Bruno Neves, conta que a ação alcançou cerca de 500 pessoas em mais de 200 famílias.

Parte do material foi usada em três oficinas para ensinar a fazer travesseiros produzidos com 100% dos tecidos (tanto no revestimento como no preenchimento). Outra leva dos fardamentos foi descaracterizada e transformada em mil kits (blusa, calça e bermuda) para ser utilizada por famílias que não tinham o que vestir. A instituição também realizou o Brechó Vida Alegre, que beneficiou 100 famílias com a venda de roupas reformadas. “Muitas dessas pessoas estão em vulnerabilidade social, então essas doações são importantes para que possamos fornecer alguma atividade ou oficina para gerar renda a essas famílias, ajudá-las a ter uma direção”, explica Neves.

O Centro de Formação Vida Alegre tem sede no bairro Vila da Prata, zona oeste de Manaus, e recebe roupas, alimentos e eletrônicos, dentre outros donativos. A instituição conta com cinco projetos voltados a pessoas carentes, entre eles o “Mãos que Transformam”, que ajuda vulneráveis a regularizar documentos; e “Família Cidadã”, com oficinas de geração de renda a partir da sustentabilidade. Os contatos para doações são: 3625-2192 / 3673-9660 / 8135-0351/9393-7383.

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