Mercosul vê “ruptura da ordem democrática” e pode expulsar Venezuela

Protesto contra decisão da Suprema Corte na Venezuela/Foto: Divulgação

Os países membros do Mercosul — Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai — emitiram neste sábado (1) comunicado que classifica como “ruptura da ordem democrática” o fato de a suprema Corte venezuelana ter assumido, na quinta-feira (30), as funções do Congresso Nacional do País.


Os países ainda acionaram a “cláusura democrática”, que pode levar à expulsão da Venezuela — a Venezuela está suspensa do grupo desde dezembro. Não há, no entanto, prazo para que a questão seja decidida.

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) é ligado ao governo de Nicolás Maduro, enquanto o Congresso é comandado pela oposição. Neste sábado, o TSJ revogou a decisão em meio a condenações internacionais e protestos contra Maduro.

Protesto contra decisão da Suprema Corte na Venezuela/Foto: Divulgação

Leia abaixo a íntegra do comunicado:

Declaração dos Estados Partes do Mercosul sobre a República Bolivariana da Venezuela

A República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai.

Reafirmando que a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para a existência e o desenvolvimento do Mercosul.

Tendo em conta a ruptura da ordem democrática na República Bolivariana da Venezuela.

Em cumprimento do Tratado de Assunção e de seus Protocolos e reafirmando seus princípios e objetivos.

DECIDEM

1. Instar o Governo da Venezuela a adotar imediatamente medidas concretas, concertadas com a oposição, de acordo com as disposições da Constituição da República Bolivariana da Venezuela e demais normas aplicáveis, para assegurar a efetiva separação de poderes, o respeito ao Estado de Direito, aos direitos humanos e às instituições democráticas.

2. Exortar o Governo da Venezuela a respeitar o cronograma eleitoral derivado de sua normativa institucional, a restabelecer a separação de poderes, a garantir o pleno gozo dos direitos humanos, das garantias individuais e das liberdades fundamentais e a libertar os presos políticos.

3. Continuar com as consultas entre si e promover consultas com a República Bolivariana da Venezuela com vistas ao restabelecimento da plena vigência das instituições democráticas nesse país, acompanhando o mencionado processo.

4. Instruir a Presidência Pro Tempore a iniciar as consultas indicadas no parágrafo anterior, com todas as partes venezuelanas envolvidas.

5. Reiterar sua solidariedade com o povo irmão da Venezuela, com as vítimas de perseguição política e de violação de direitos humanos, bem como sua disposição de colaborar na busca de uma solução pacífica e definitiva da crise política, institucional, social, de abastecimento e econômica que atravessa a República Bolivariana da Venezuela.

Buenos Aires, 1 de abril de 2017.

Fonte: R7

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