Os motoristas e cobradores dos transportes urbanos de Manaus estão sofrendo novo ataque e tentativa de redução dos seus salários e benefícios, por conta da pandemia do coronavírus. É o que afirma o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Josenildo Mossoró.
Mossoró disse que a categoria teme a ameaça dos empresários de colocar mais dificuldade no dia-a-dia dos trabalhadores. A redução foi prometida para esse mês, pelas empresas do setor, logo após a prefeitura de Manaus também anunciar a redução de 30% da frota em circulação na cidade.
Manaus terá 30% da frota em circulação
De acordo com o sindicalista, a redução de 30% da frota de ônibus em circulação e a consequente redução do faturamento, não justifica o corte nos salários. “Os empresários querem transferir a conta da pandemia para os trabalhadores”, lamenta Mossoró.
“As empresas avisaram que não tem como pagar o salário integral e querem que o Sindicato aprove a decisão, mas vai ter de enfrentar a resistência da diretoria e da categoria. O sindicato entende que os trabalhadores já estão passando por muitas dificuldades, trabalhando sob pressão, sem proteção adequada, na linha de frente da pandemia, enfrentando o Covid e espera que o prefeito David Almeida não deixe os trabalhadores sem salário”, observa o presidente dos Rodoviários.
Mossoró entende que a decisão de redução da frota de ônibus não foi acertada. Segundo ele, vai de encontro ao lockdown e o isolamento social, uma vez que os ônibus continuam rodando mais lotados que antes. “Querem reduzir a frota, mas os passageiros são os mesmos. O resultado é a superlotação dos veículos e o aumento do risco de contaminação dos trabalhadores”, explica ele.
Para o sindicalista, alguma coisa tem que ser feita. Por exemplo, a intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) na questão, para evitar a redução de 50% dos salários e 50% da certa básica.